sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Texto da lavra de Leonardo Sakamoto
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram projeto que aumenta os vencimentos de deputados federais, senadores, presidente, vice-presidente e ministros para R$ 26.700,00 mensais. Esse valor representa mais de 52 salários mínimos. O mimo de final de ano passa a ser depositado em conta em fevereiro do ano que vem.
O PSOL, na Câmara dos Deputados, defendeu que o aumento se restringisse a uma compensação pelas perdas inflacionárias. A senadora Marina Silva (PV-AC) seguiu a mesma posição.
Contudo, muitos deputados e senadores devem ter pensado: “Imagina! O que vocês pensam que eu sou? Um cidadão comum?”

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Por Marina Barbosa Pinto*


A universidade pública e gratuita é a forma de garantir a autonomia na produção e na socialização do conhecimento crítico.


Pensar a universidade brasileira hoje significa entender o papel histórico da educação superior em um país capitalista dependente como o Brasil. O Ensino Superior em nosso país foi criado para atender, inicialmente, aos interesses da coroa portuguesa e, posteriormente, aos interesses estadunidenses, por meio da transplantação de conhecimentos.

Desde a gênese da universidade, um elemento político é constitutivo do dilema educacional brasileiro: a necessidade de expansão do acesso à educação. Essa necessidade, entretanto, caracterizou-se pela marca de um intocável privilégio social, cuja expansão começava e terminava nas fronteiras das camadas dominantes, como denunciava Anísio Teixeira.

Com o desenvolvimento do capitalismo em nosso país, a expansão do acesso à educação passou a ser uma exigência do próprio capital, seja para produzir força de trabalho para o atendimento das alterações produtivas, seja para difusão da concepção de mundo dominante. Esse processo foi historicamente confrontado pela pressão de professores e estudantes, com o intuito de destruir a monopolização do conhecimento pelas classes dominantes e pela democratização interna das universidades.

Estabeleceu-se, a partir daí, um debate que foi travado na década de 1960, quando a reforma universitária entrou na pauta política, como analisava o saudoso professor Florestan Fernandes. Ao longo de sua história, a universidade brasileira vive um processo de expansão do acesso que vem sendo conduzido pelos vários governos, especialmente a partir dos anos de 1970, por meio da ampliação do número de instituições privadas e pela privatização interna das universidades públicas, de forma a atender os interesses dominantes, que entendem a educação como um “serviço” e não como um direito dos trabalhadores.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Por Cândido Neto da Cunha*



Amazônia de Anna


O ano de 1988 para a Amazônia poderia ser considerado como revolucionário. Não foi um 1917 numa Rússia czarista, mas este ano deu novos significados para Amazônia, uma virada sobre aquilo que comumente se percebia sobre a última grande floresta do mundo. Para isto, dois fatos totalmente desconexos, com dois personagens desconhecidos fora do meio social de atuação de cada um deles, transformariam radicalmente toda a percepção que o Brasil e o mundo tinham sobre esta região.

A cidade de Monte Alegre no Oeste do Pará, na margem esquerda do rio Amazonas, guarda na sua memória o processo de dominação lusitana sobre um território que a princípio pertenceria à Espanha. Seus casarões são testemunhas da estratégia geopolítica portuguesa de tomar para si esta vasta área com a dispersão de vilas, povoados e fortalezas. Monte Alegre possui ainda uma grande colônia de cearenses, legado da migração nos tempos da borracha, e uma das primeiras colônias de japoneses que imigraram no início do século passado ao Brasil. A introdução da juta e da pimenta-do-reino na Amazônia são heranças destes japoneses. Em 1927, estabelece-se em Monte Alegre o primeiro grande projeto de colonização estatal na região, prelúdio da dita “ocupação” da Amazônia.

Mas Monte Alegre guarda ainda registros imemoriais que mudariam tudo aquilo que havia como certeza sobre os primeiros povos das Américas e a forma de ocupação de suas florestas.

A presença humana no continente americano sempre foi um tema controverso. Achados arqueológicos de até então reforçavam a teoria que a presença humana na América do Sul derivava de migrações oriundas da América do Norte. A Amazônia ocupada pelos indígenas teria sido povoada originalmente por povos que descendiam das civilizações andinas e deles se apartaram e, ao contrário dos incas, por exemplo, não emergiram nesta terra nenhuma “grande civilização” ou “organização social das mais complexas”, apenas se dispersando sobre a grande área.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Líder da bancada do agronegócio no Congresso e fiel defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu das mãos de uma ativista do movimento indígena da Amazônia, junto com o Greenpeace, o prêmio Motosserra de Ouro, símbolo de sua luta incansável pelo esfacelamento da lei que protege as florestas do país.

A ativista tentou presentear Kátia Abreu com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas no lobby do hotel em que está hospedada em Cancún (México), onde participa da 16ª Conferência de Clima da ONU (COP16). A senadora desprezou o agrado, visivelmente irritada, e deixou para a ativista apenas os comentários irônicos de seus assessores. A condecoração serviu para lembrar aos ruralistas defensores do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê alterações na lei, que essa proposta representa uma grave ameaça ao ambiente.

O projeto ruralista anistia desmatadores e reduz o tamanho da área que o proprietário de terra e o Estado estão obrigados a conservar para o bem público. Fazendas, dependendo do tamanho, ou serão dispensadas de ter árvores ou poderão ter menos do que devem atualmente. O projeto também diminui as faixas de floresta em beiras de lagos e rios e em encostas, que além de servir como corredores de biodiversidade evitam enchentes, deslizamentos e protegem a qualidade da água.

“As alterações no Código Florestal representam um retrocesso em uma das legislações florestais mais avançadas do mundo”, afirma André Muggiati, representante da Campanha Amazônia do Greenpeace na COP16.

Fonte: Greenpeace.
Por Eduardo Maia*

Vendo tantas coisas acontecendo a nível internacional, principalmente as grandes passeatas que ocorrem na Europa, me vejo sobre tal pergunta: “será que agora nós acordaremos?”, porque vejo que na sociedade muitas pessoas reclamam muito daquilo que acontece, de governos injustos que impõem medidas injustas a um povo que não merece isso, impostos muito altos, reforma da previdência...

Desde a crise de 2008 o mundo vive em alerta, crises que nunca param, quando se soluciona mal uma, começa outra em outro lugar. E, vendo que a economia é globalizada, não se pode cair na ingenuidade de acreditar que uma crise em um país distante não nos afeta; por isso que, quando acontece uma crise, o capital internacional se empenha em resolvê-la, visto que todos são afetados, tamanha é a relação global que se instaura na atual economia.

Hoje a Europa vem passando por uma grave crise, que é um reflexo daquela crise nos EUA e das medidas tomadas pelo governo americano para solucioná-la. Com essa crise, os governos da Europa se vêem forçados a reduzir os custos do Estado, assim sendo, são obrigados a fazer reforma da previdência, aumentar impostos, diminuir as concessões a instituições de ensino, medidas essas que, se repararmos, apenas atingem a grande massa que sustenta o país.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


A comunidade de Cuipiranga será palco de um encontro que pretende destacar as atividades que valorizaram, este ano, a memória da Cabanagem. O evento acontece nos dias 7, 8 e 9 de janeiro de 2011. Uma caravana sairá de Santarém, levando quem estiver interessado. A iniciativa é dos comunitários do lugar e tem apoio da Rádio Rural, dos Padres Verbitas, Franciscanos, do Grupo Consciência Indígena (GCI), do Diretório Central dos Estudantes da UFOPA e da União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém (UES).
Segundo a coordenação, o objetivo é “resgatar a memória da luta dos cabanos e homenagear aqueles(as) antepassados (as) que 175 anos atrás se levantaram contra a tirania e a dominação e em defesa da terra e do seu modo de viver em liberdade”. Cuipiranga foi o lugar que sediou o mais ousado e teimoso acampamento dos rebeldes no Baixo Amazonas. Estão convidadas todas as comunidades vizinhas, movimentos sociais e entidades de Santarém.
Na programação do Encontro, organizada pelo Prof. Dr. Florêncio Vaz (antropólogo da UFOPA), constam palestras e debates sobre a luta dos cabanos de ontem e as lutas sociais hoje na região, mostrando que a Cabanagem não foi um fato isolado e que ficou no passado apenas.
Na parte cultural haverá apresentação de grupos de folias de santo e grupos musicais, festa dançante em estilo tradicional e colocação de um monumento-memorial aos cabanos. Na ocasião, será ainda debatida a criação do MUSEU ABERTO DA CABANAGEM na própria comunidade de Cuipiranga e seu entorno, o que exigirá a continuidade da mobilização das comunidades e dos movimentos.
Para mais informações:
Florêncio Vaz (GCI): florenciovaz@yahoo.com.br
Ib Tapajós (UES): ibtapajos@hotmail.com

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Por Nery Júnio de Araújo Rebelo*

Após os trabalhos do primeiro semestre, em que o Diretório Central dos Estudantes da UFOPA esteve na linha de frente das maiores reivindicações estudantis, o trabalho de representação e de discussão das necessidades acadêmicas continua firme e fervoroso mesmo ainda neste final de ano.

Fazendo uma recapitulação do primeiro semestre, lembramos da árdua luta a qual nós estudantes enfrentamos ao encarar novas aventuras no novo campus Tapajós, o velho campus da UFRA-Santarém. Falta de estrutura de um modo geral: ausência de transporte, salas de aula insuficientes, ausência de uma biblioteca adequada e com títulos atuais, ausência de um Restaurante Universitário, entre outras. Sem esquecer é claro, do velho campus da UFPA, que em nossa nova Universidade é conhecido como ‘campus Rondon’, ou, ‘campus 1’. Nele os problemas também não deixaram de aparecer, posto que determinadas obras, de entrega já atrasada, congestionaram, e ainda congestionam a utilização dos espaços no mencionado campus. Houve um isolamento dos calouros de 3 cursos neste campus pelo turno da noite, sendo que seus coordenadores não deram a mínima importância para a recepção dos novos colegas, o que causou um certo caos a esses calouros no inicio do ano. Não fosse a atitude de estudantes de vanguarda, não haveria qualquer tipo de recepção aos recém ingressos na nova UFOPA. Vale lembrar que os problemas mencionados ainda permanecem nos dois campus.

Todas essas ausências estruturais somadas com a falta de respeito ao estudante universitário, cidadão acima de tudo, provocaram os estudantes a quererem respostas, a terem seus direitos concretizados e não lançados ao vento em cima de uma mesa de negociação empresarial, ou, embutido em algum canto no meio de dados e números que até os grandes mestres de nossa administração tem dificuldades de explicar.

Daqui, como sempre deve ser, o DCE não se abnegou a luta. Foi o guardião do estudante e realizou assembléias para que pudéssemos esclarecer e amadurecer estratégias estudantis contra todo o autoritarismo da reitoria pró-tempore. Numa dessas assembléias, o Sr. Reitor e sua trupe foram convidados a participar, mas nos enrolaram com números e dados que não condizem com as nossas necessidades. Tais acontecimentos geraram uma grande fúria estudantil que acabou por se concretizar na passeata do dia 12 de Maio, ou, “ocupação do dia 12 de Maio”, pois num ato simbólico e de grande peso, o estudante ocupou momentaneamente a reitoria e exigiu suas demandas atendidas. Por meio de tal ato o DCE, com muito empenho de seus coordenadores Wallace Sousa e Rômulo Serique, concretizou a existência da Comissão Estatuinte, a qual tem a proposta de apresentar um estatuto equivalente aos desejos acadêmicos, e que é composta por número igual de representantes das classes dos professores, estudantes e técnicos-administrativos.

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