Por
Felipe Bandeira e Ib Tapajós*
Ocorreu nos dias 17, 18
e 19 de maio de 2012, no IESPES, o VI Congresso Universitário de Santarém, que
reuniu estudantes de 6 instituições de ensino superior do nosso município. Ao
todo, cerca de 1.000 (mil) estudantes participaram desse que é, certamente, o
principal evento do movimento estudantil santareno. Sobre o Congresso e a
construção da UES enquanto entidade de luta dos universitários santarenos, apresentamos
a seguir o nosso balanço e alguns apontamentos para o próximo período.
UES:
passado e presente de muitas lutas
A União dos Estudantes
de Ensino Superior de Santarém é, sem dúvida, um valioso patrimônio político
dos estudantes santarenos. Desde sua fundação, no ano de 1998, nossa entidade
vem trilhando um caminho de luta em defesa dos interesses da categoria
estudantil e da população do nosso município. Por sua independência e
combatividade, a UES se tornou uma grande referência política para o conjunto da
sociedade santarena.
O congelamento da
meia-passagem no valor de R$ 0,65, alcançado em 2008 após diversas
manifestações de rua, é um exemplo vivo de que a organização dos estudantes é o
melhor caminho para conseguirmos avanços sociais. Essa conquista é mantida ano
após ano, mesmo com a grande pressão dos empresários de ônibus pelo fim do
congelamento da meia-passagem. A manutenção do congelamento seria inviável caso
não estivéssemos sempre vigilantes e mobilizados para combater os reajustes do
transporte coletivo, a exemplo do que ocorreu em 2011, quando a UES organizou 3
atos públicos contra o aumento da tarifa.
Além da questão do
transporte público, diversas outras lutas travadas pela UES demonstram ser ela
uma entidade necessária. A participação ativa nos principais processos de
mobilização nas universidades de Santarém, como a campanha por democracia na
UFOPA e a luta dos estudantes da UEPA por melhores condições estruturais no
campus de Santarém, mostram que a UES está sempre ao lado dos estudantes, defendendo
seus legítimos interesses.
Por outro lado, as
lutas da UES não se resumem a pautas corporativas das instituições de ensino
superior. A construção do Fórum Social Pan-Amazônico em 2010, a organização do
ato mundial contra a usina de Belo Monte, em agosto de 2011, a colaboração
ativa com o Movimento dos Trabalhadores de Luta por Moradia (MTLM) e a
participação nas várias greves dos trabalhadores da educação da rede pública
estadual são exemplos da luta por uma sociedade mais justa e democrática que
nossa entidade ajuda construir.
A diretoria Tecendo o Amanhã, que dirigiu a UES de
outubro de 2009 a maio de 2012, deu uma importante
contribuição ao processo de fortalecimento da entidade e do movimento
estudantil santareno. A realização de seminários e debates nas universidades de
Santarém ajudou a reforçar entre os estudantes a ideia de que é importante estarmos
organizados para lutar por nossos direitos. Uma novidade importante na última
gestão foi o aprofundamento do debate sobre a realidade das instituições
privadas de ensino – discussão travada especialmente no Seminário realizado
pela UES no CEULS/ULBRA em abril de 2010.
De todos, porém, o VI
Congresso Universitário de Santarém foi o evento mais importante construído
pela diretoria Tecendo o amanhã. Mais
de 1200 estudantes se inscreveram para participar do Congresso. Além deles, foram
eleitos, em suas respectivas turmas, 100 delegados, sendo que participaram da
escolha dos delegados 2135 estudantes, de 6 instituições de ensino – UFOPA,
UEPA, IESPES, FIT, ULBRA e UNIP. O Congresso proporcionou 3 dias de ricos
debates sobre os rumos da educação superior no Brasil, na Amazônia e em
Santarém.
O ponto alto do evento foi a mesa que reuniu Aldo Queiroz (Reitoria da UFOPA), Everaldo Martins Filho (Prefeitura de Santarém), Ib Tapajós (UES) e Márcio Pinto (SINTEPP). Na ocasião, estiveram em confronto basicamente dois projetos políticos: de um lado o projeto daqueles que controlam a máquina pública de forma autocrática e surda aos anseios dos estudantes e da sociedade; e, de outro lado, o projeto dos que lutam coletivamente por transformações sociais a serviço da maioria da população, um projeto que visa a construção de uma nova sociedade, mais justa e democrática.
No final do Congresso, foi eleita uma
nova direção da UES: a chapa Todas as
Vozes, formada por estudantes das 6 instituições citadas acima, foi aclamada
por unanimidade pelos 45 delegados presentes na Plenária Final do Congresso, o
que demonstra a grande legitimidade dessa escolha.