Na última quinta-feira (01/07/10), estudantes das escolas públicas e privadas do Ensino Médio com o apoio de estudantes da Universidade Federal de Rondônia ocuparam as dependências do prédio da reitoria da UNIR logo após o ato público realizado pelas ruas de Porto Velho em proptesto contra a adesão autoritária da reitoria da UNIR ao ENEM/SiSU, conhecido também como “Novo Enem”.
Uma das principais revoltas dos estudantes foi motivada pela medida unilateral do Reitor da UNIR, Prof.º Januário do Amaral, em aderir ao ENEM por meio de um decreto, e posteriormente submeter a reunião do Conselho Superior Acadêmico (CONSEA) de forma atropelada, pois não houve avaliação alguma por parte da Instituição em averiguar e detalhar em projeto os prós e contras desta adesão – precipitada – ao Sistema de Seleção Unificado (SiSU).
O Ministério da Educação descreve o SiSU como um “sistema informatizado, gerenciado pelo Ministério da Educação, por meio do qual as instituições públicas de educação superior participantes selecionam novos estudantes exclusivamente pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino Médio”. Através da sua implementação o Governo Federal apenas propõe mudar a forma do vestibular ao invés de criar mais universidades públicas ou melhorar a estrutura das já existentes.
De acordo com o DCE da UNIR, "Devemos enxergar corretamente os impactos do NOVO ENEM no ensino público. Ele não significa o fim do vestibular, pois os mesmos 4,5 milhões de estudantes em todo o país que se concorrem ao ENEM continuarão concorrendo pelas mesmas 300 mil vagas disponíveis nas universidades públicas. O Novo ENEM não cria novas vagas, apenas altera o vestibular existente e precariza ainda mais o ensino médio".
Com a aplicação de uma prova única em todo o território nacional o governo chega ao absurdo de contrariar todos os princípios políticos, éticos e mesmo pedagógicos ao desconsiderar completamente as “condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;” (Art. 27 parágrafo II da LDB), à exemplo, comparamos o baixo nível do ensino ofertado na região norte do país com o ensino das escolas das regiões sul e sudeste do país.
Por outro lado, de acordo com os estudantes, os próprios dados do governo desmascaram o discurso de que o Novo Enem produzirá democratização do acesso ao ensino superior aos estudantes pobres. De acordo com o INEP, “Levando-se em conta os 10% das melhores notas no Enem, chega-se a 1.917 escolas – dessas, 92% são particulares”. (FSP 29/04/2009). Ou seja 92% das melhores escolas na classificação geral do ENEM são particulares, e os 8% restantes referente às escolas públicas, são praticamente todas federais (IFET e etc.).
Já entre as mil piores classificadas no ENEM 2008, 965 são estaduais. Estes dados deixam claro que o Novo Enem não democratiza o acesso ao ensino superior no país, pelo contrário apenas garante que os estudantes dos melhores cursos pré-vestibulares e escolas particulares ocuparão os cursos mais concorridos do país (Engenharias, Medicina, Direito e etc.).
Desde a tomada da decisão autoritária do Reitor os estudantes secundaristas vêm se mobilizando nas escolas, conscientizando estudantes e professores sobre a necessidade de exigir o debate com a sociedade sobre as implicações resultantes de uma possível entrega das vagas da única universidade pública do estado de Rondônia à ampla concorrência no país.
Após horas em vigília no prédio da reitoria da UNIR os estudantes decidiram por manter o gabinete da reitoria ocupado e prometem resistir até que haja alguma resposta favorável da Administração Superior às suas exigências.
Para mais informações: http://www.dceunir.com.br/
Espero que a próxima notícia seja sobre o mesmo assunto, os mesmos protestos e mudem a localização para UFOPA.
ResponderExcluirEu vou!