sexta-feira, 18 de junho de 2010

Neste dia 22 de junho, Santarém completa 349 anos de fundação e diante de uma data tão importante nos perguntamos se temos razão para comemorar. É fato que em quase três séculos e meio de vida nossa cidade não foi tratada com o respeito merecido. Alguns municípios com menos idade que Santarém já avançaram bem mais que nós.

Nos últimos anos, acompanhamos a revolta dos moradores da Magalhães Barata que sofrem como os danos provocados por uma obra até hoje não concluída. É bom que se diga que obras inacabadas são comuns no Município. Há um bom tempo os pescadores aguardam a finalização e entrega da obra em frente ao mercadão 2000, que parece longe de ter fim. Também inacabadas estão as obras do Posto de Saúde do Diamantino, o PAC Mapiri, o Poço da Nova República, das ruas Tancredo Neves, Rouxinol e Everaldo Martins.

Na Educação, professores lutam por questões primárias como eleição direta para gestores de escola e melhorias salariais. Enquanto isso, os aprovados no último concurso público promovido pelo Município são desrespeitados e aguardam ser chamados. Lembramos que o concurso só foi realizado mediante a intervenção da Justiça e que muitos dos aprovados que já foram nomeados precisaram mais uma vez recorrer à justiça para ter o direito respeitado.

Outro problema do santareno diz respeito à habitação. Atualmente, a Prefeitura não tem nada a oferecer a quem está albergado em casas de parentes ou é refém do aluguel. As casas da interminável obra do bairro do Uruará foram construídas sem considerar o número de membros das famílias que serão alojadas. Enquanto isso, moradores dos bairros do Aeroporto Velho, Império do Tapajós e Salvação, cansados de esperar pelo Município, resolveram se organizar e lutar por moradia. Suas associações construíram projetos (alguns com recursos já aprovados junto à Caixa Econômica Federal) e hoje não conseguem colocar em prática por culpa de uma Administração que tenta a todo custo se apropriar dos projetos para vendê-los a população como se fosse obra da Prefeitura.

Mais recentemente, em conseqüência do desabamento do Hospital Municipal, acompanhamos com revolta e comoção a trágica morte de uma jovem de apenas 21 anos. É bem verdade que a morte tem encontrado celeiro fértil em nossa cidade, especialmente por conta da infraestrutura de nossas ruas. Nunca vimos Santarém assim. O que é de assustar, visto que hoje nas esferas federal, estadual e municipal somos administrados por um mesmo partido. O saldo de tamanho descaso é a perda dos sonhos de muitos santarenos e a destruição de muitas famílias. Nosso bem mais sagrado está sendo violado: a vida.

Não dá mais para agüentar tudo isso calado. Precisamos mostrar aos nossos dirigentes políticos que não estamos satisfeitos com a cidade que temos. É por isso que aproveitaremos esta data para demonstrar a Prefeita Maria do Carmo e a toda classe política de nosso Município nossa insatisfação com a situação por que passa Santarém. Pois só assim, teremos de fato a tão sonhada CIDADE DA GENTE.

ATO PÚBLICO DIA 22/06/2010


Concentração, às 16 horas, em frente à Prefeitura de Santarém.

PARTICIPE CONOSCO!!!

ORGANIZAÇÃO: Movimento Popular Império do Tapajós, moradores dos bairros Aeroporto Velho, Uruará, Floresta, Nova República, Diamantino, UES, DCE/UFOPA, Concursados, Pescadores e SINTEPP.

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