segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Universidade e Movimentos sociais: esse foi o tema do 2º módulo do Circuito Universitário de Seminários e Debates, ocorrido no campus da UEPA em Santarém, nos dias 13 e 14 de agosto de 2010. O Circuito é uma realização da UES que prevê eventos em cada instituição de ensino superior de Santarém, como forma de provocar o debate acadêmico, político e social entre a comunidade acadêmica da cidade.



A palestra de abertura, ministrada pelo professor Florêncio Vaz (doutor em antropologia), tratou da necessidade de articulação da Universidade com os movimentos sociais para a construção de um novo projeto de nação, mais solidário e inclusivo, diferente do atual sistema socioeconômico, marcado pela lógica predatória do capital, que privatiza os lucros e socializa a miséria e a exploração.

Para Florêncio, tal articulação encontra hoje vários empecilhos, como o enfraquecimento e desmobilização de parcela significativa dos movimentos sociais e a tendência academicista que vigora na maioria das instituições universitárias, fazendo com que elas se apartem da realidade social circundante. No entanto, tais barreiras precisam ser superadas e o antropólogo frisou a importância que tem o movimento estudantil nesse processo de superação.



Da mesa de debate sobre movimentos sociais da educação e ensino público no Brasil, participaram Ib Tapajós (coordenador da UES), Bruno Lima (coordenador do DCE da UEPA), Izabel Sales (diretora estadual do SINTEPP) e Alípio Gomes (presidente do Conselho Municipal de Educação). Foi feita uma avaliação da situação em que se encontra a educação básica e superior no Brasil e discutiu-se qual o papel que têm os movimentos sociais da educação na luta pela construção de um ensino público de qualidade.



Cândido Neto, servidor da Superintendência Regional do INCRA em Santarém, ministrou oficina sobre a Reforma Agrária na Amazônia. De acordo com Cândido, é um engodo afirmar que o governo Lula realizou a reforma agrária no Brasil, uma vez que esta não se confunde com a simples criação de assentamentos. Reforma agrária, para Cândido, é a modificação profunda da estrutura fundiária de um país. E isso ainda está longe de acontecer no Brasil e, particularmente, na Amazônia, onde boa parte das terras é dominada por empresas multinacionais que exploram nossas riquezas.



E por fim, a mesa mais polêmica do Seminário: a construção de hidrelétricas na Amazônia, tema discutido por Edilberto Sena (membro da Aliança Tapajós Vivo), Tibério Allogio (sociólogo do Projeto Saúde e Alegria), Gilson Costa (doutor em ciências sociais e professor da UFOPA) e Dilaelson Tapajós (engenheiro civil com doutorado em recursos hídricos). Os debatedores fizeram uma análise do impacto social e ambiental causado pelas usinas hidrelétricas já construídas na região, bem como uma previsão dos impactos a serem causados pelas usinas a serem construídas.

Para Tibério Allogio, o aproveitamento energético dos nossos rios é a única saída atualmente viável para a crise energética que vive o Brasil e a própria humanidade. Em contraposição, Dilaelson Tapajós defendeu a possibilidade de reaproveitamento das hidrelétricas já construídas e a desnecessidade da construção de grandes usinas.

Gilson Costa posicionou-se contra os projetos hidroelétricos nos rios da Amazônia, uma vez que os destinatários da energia produzida são as grandes empresas multinacionais que exploram a região, em prejuízo de indígenas, ribeirinhos e demais povos tradicionais. Já Edilberto Sena alertou os presentes para a necessidade de "acordar" para a problemática discutida, haja vista a previsão de construção de sete hidrelétricas no rio Tapajós nos próximos anos.

2 comentários:

  1. aquele menino cabeludinho que apresentou a segunda mesa é gatenho

    ResponderExcluir
  2. Outro dia perguntei para docente de universidade que estava ensinando novas tecnologias para docente, inclusive fazer blog, o porquê desse não falar nada para que esses abrissem e deixassem e-mail tanto no blog, assim como em todo os trabalhos que fizesse na net. O que deixou claro foi que isso deixaria esses enxergando mais longe e poderia até perceber algumas impropriedades que estão coladas nas suas costas, coisa que todo aluno percebe quando esse se vira para escrever algo no quadro, mas nenhum diz nada que ninguém é besta para ser reprovado à toa.

    ResponderExcluir

Design by NewWpThemes | Blogger Theme by Lasantha - Premium Blogger Templates | NewBloggerThemes.com
Com personalização feita por Ronilson Santos