Por Renato Oliveira*
A impressão que tenho frente a tudo que tenho visto na Universidade Federal do Oeste do Pará é que estamos em guerra. Uma guerra sem corpos apodrecendo no chão. Uma guerra em que todos os atingidos vão tendo suas possibilidades negadas e sua vida cerceada, não morrem, ao invés disso, são cruelmente privados de viver de forma mais plena, e o pior, comumente sem saber que estão em um campo de batalha e sem ver seus ferimentos profundos, que atingem a alma, o pensamento.
Os rumos que a Universidade está tomando são muito maiores do que eu e você, talvez maiores do que todos nós. Mas afinal, talvez ninguém mais saiba qual o papel da Universidade. Por que ela existe? Para quem ela existe? Será que para atender aos interesses de uma minoria social interessada em mão de obra barata com uma qualificação medíocre, dentro de um modelo neoliberalista de Universidade, referenciado por projetos “inovadores” criados no período dos governos militares?
Se existem nichos de formação do quadro de funcionários das grandes corporações transnacionais - corporações que possuem força maior que os próprios governos nacionais - em umas poucas Universidades escolhidas a dedo aqui no Brasil, por que investir em todas as Universidades de nosso país? Mais econômico é implantar um modelo simplificado, mínimo, flexível, escalonável, compartimentado de Universidade, travestido de uma pseudo-interdisciplinaridade. Clara coordenação em meso-escala com o social-liberalismo que vemos em macro-escala no país. Será que para que possamos ter uma Universidade com alguma qualidade, tem que haver interesse de alguma parcela da burguesia, detentora dos meios de produção e portanto, hábil a negociar o valor de nossa força de trabalho?
Na palestra do Prof. Dr. Roberto Leher [1], para diversos de nós, acredito que as últimas peças do quebra-cabeça se encaixaram, e ficaram claros os porquês da Reitoria Pró-Tempore, que é um órgão executivo dentro da Universidade, atualmente se auto-investir de caráter legislativo. É o rolo compressor posto para esmagar nossas vozes e nosso poder. Mas lembremos que se ela é um órgão executivo dentro da Universidade, alguém tem que lhe dizer o que fazer, e esse alguém somos nós estudantes! E
Excelentíssimo Reitor PRÓ-TEMPORE Seixas Lourenço, poupe-nos tempo e RENUNCIE SEU CARGO! Restante da Reitoria, esqueçam seus sonhos de grandeza! Nós, estudantes, acordamos da letargia em que fomos postos e somos cada vez mais numerosos. Não vamos abrir mão de sequer um milímetro da Universidade que queremos, de mãos dadas com a comunidade do Tapajós e os movimentos sociais.
Nós, Estudantes, somos o sangue que pulsa nas veias da Universidade! Todos e cada um de nós vão escolher uma Universidade democrática, livre, que se misture com a comunidade e crie e molde seus conhecimentos tendo como referência nossa região e todo o que ela tem para nos dar e receber.
* Renato Oliveira é estudante de Direito da Universidade Federal do Oeste do Pará.
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[1] Palestra proferida no dia 10 de novembro de 2010, por ocasião do Seminário "A Estrutura Acadêmica da UFOPA", promovido pela Comissão de discussão e elaboração do Estatuto da UFOPA.
A impressão que tenho frente a tudo que tenho visto na Universidade Federal do Oeste do Pará é que estamos em guerra. Uma guerra sem corpos apodrecendo no chão. Uma guerra em que todos os atingidos vão tendo suas possibilidades negadas e sua vida cerceada, não morrem, ao invés disso, são cruelmente privados de viver de forma mais plena, e o pior, comumente sem saber que estão em um campo de batalha e sem ver seus ferimentos profundos, que atingem a alma, o pensamento.
Os rumos que a Universidade está tomando são muito maiores do que eu e você, talvez maiores do que todos nós. Mas afinal, talvez ninguém mais saiba qual o papel da Universidade. Por que ela existe? Para quem ela existe? Será que para atender aos interesses de uma minoria social interessada em mão de obra barata com uma qualificação medíocre, dentro de um modelo neoliberalista de Universidade, referenciado por projetos “inovadores” criados no período dos governos militares?
Se existem nichos de formação do quadro de funcionários das grandes corporações transnacionais - corporações que possuem força maior que os próprios governos nacionais - em umas poucas Universidades escolhidas a dedo aqui no Brasil, por que investir em todas as Universidades de nosso país? Mais econômico é implantar um modelo simplificado, mínimo, flexível, escalonável, compartimentado de Universidade, travestido de uma pseudo-interdisciplinaridade. Clara coordenação em meso-escala com o social-liberalismo que vemos em macro-escala no país. Será que para que possamos ter uma Universidade com alguma qualidade, tem que haver interesse de alguma parcela da burguesia, detentora dos meios de produção e portanto, hábil a negociar o valor de nossa força de trabalho?
Na palestra do Prof. Dr. Roberto Leher [1], para diversos de nós, acredito que as últimas peças do quebra-cabeça se encaixaram, e ficaram claros os porquês da Reitoria Pró-Tempore, que é um órgão executivo dentro da Universidade, atualmente se auto-investir de caráter legislativo. É o rolo compressor posto para esmagar nossas vozes e nosso poder. Mas lembremos que se ela é um órgão executivo dentro da Universidade, alguém tem que lhe dizer o que fazer, e esse alguém somos nós estudantes! E
Excelentíssimo Reitor PRÓ-TEMPORE Seixas Lourenço, poupe-nos tempo e RENUNCIE SEU CARGO! Restante da Reitoria, esqueçam seus sonhos de grandeza! Nós, estudantes, acordamos da letargia em que fomos postos e somos cada vez mais numerosos. Não vamos abrir mão de sequer um milímetro da Universidade que queremos, de mãos dadas com a comunidade do Tapajós e os movimentos sociais.
Nós, Estudantes, somos o sangue que pulsa nas veias da Universidade! Todos e cada um de nós vão escolher uma Universidade democrática, livre, que se misture com a comunidade e crie e molde seus conhecimentos tendo como referência nossa região e todo o que ela tem para nos dar e receber.
* Renato Oliveira é estudante de Direito da Universidade Federal do Oeste do Pará.
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[1] Palestra proferida no dia 10 de novembro de 2010, por ocasião do Seminário "A Estrutura Acadêmica da UFOPA", promovido pela Comissão de discussão e elaboração do Estatuto da UFOPA.
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