segunda-feira, 21 de março de 2011


A aula magna da Universidade Federal do Oeste do Pará, realizada na última sexta-feira (dia 18 de março de 2011), foi marcada por protestos de acadêmicos dessa Universidade, mobilizados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFOPA) e pela União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém (UES).
 
O ato público, que foi aprovado em Assembléia Geral dos estudantes da UFOPA no dia 17 de março, teve como foco central a exigência de democracia na Universidade. Desde sua criação, em 05 de novembro de 2009, a UFOPA possui como reitor o Sr. José Seixas Lourenço, indicado unilateralmente pelo ministro da educação, Fenando Haddad. A gestão Seixas tem sido marcada pelo autoritarismo e pela falta de diálogo com os diversos setores da comunidade acadêmica e da sociedade civil organizada. O principal exemplo disso é a imposição do modelo acadêmico de ciclos, que vem sendo duramente criticado pelo movimento estudantil, pelos movimentos sociais da região e por vários professores e pesquisadores da UFOPA e de outras instituições.

Os manifestantes caminharam por algumas ruas de Santarém, fazendo uma primeira parada em frente ao campus 1 da UFOPA, situado na Av. Marechal Rondon, onde foram realizadas algumas falas convidando a comunidade acadêmica a se juntar ao protesto. Vários discentes atenderam ao chamado e se juntaram à passeata. Em seguida, partiram em direção ao auditório do hotel Amazônia Boulevard*, onde ocorria a aula magna promovida pela Reitoria da UFOPA.

Em frente ao hotel, foi realizada uma plenária para expor as principais reivindicações do movimento estudantil, que, além da democracia na UFOPA, abrangem também a construção de uma Casa do estudante para abrigar os discentes oriundos de outros municípios, de um Restaurante Universitário, bem como a abertura de um processo democrático de discussão sobre a estrutura acadêmica da instituição, de modo que a comunidade acadêmica e a sociedade tenham a oportunidade de escolher qual o modelo que melhor atende aos seus anseios e necessidades sociais.
Logo após, os manifestantes adentraram no auditório, em silêncio e com mordaças na boca, para expor o autoritarismo da Reitoria, que tenta manter caladas todas as vozes que se manifestam contra o status quo na UFOPA. Representantes da UES e do DCE tentaram negociar com a Administração uma fala para expor os motivos da manifestação, mas não obtiveram êxito. Dessa forma, dirigiram-se para a frente do auditório, onde entoaram palavras de ordem como "Olê, olê olê olá, Diretas já".

Ao invés de tentar dialogar com os estudantes, mais uma vez o reitor mostrou sua intolerância política e encerrou a aula magna. Já fora do hotel, o movimento estudantil deu um show de democracia, realizando uma assembléia a céu aberto, em que todos os interessados tiveram oportunidade de se manifestar, seja a favor, seja contra, o ato público do DCE e da UES.

E a luta por uma Universidade pública, de qualidade e verdadeiramente democrática continua!
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* O espaço físico do hotel Amazônia Boulevard está sendo utilizado também para as aulas do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) - mais uma demonstração da falta de planejamento da Administração Superior da Universidade, que não conseguiu concluir em tempo hábil a construção das novas salas de aula.

5 comentários:

  1. Vocês deveriam ter cantado "Seixas Lourenço, eu não me engano. O teu nariz é de tucano!"

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  2. Caros companheiros em primeiro lugar gostaria de ressaltar total apoio a luta estudantil, movimento ao qual sempre estive engajado nas suas lutas em prol da democracia e por uma sociedade mais justa.Aos 15 anos de idade iniciei meus passos dentro da luta por aquilo que eu achava e acho justo por uma sociedade igualitaria onde todos sejam respeitados independentemente de seu credo, raça ou condição social. Por outro lado camaradas tive serciado meu direito de acompanhar uma aula, alias aula esta que estava dentro do meu curriculo academico, so gostaria de colocar aos camaradas que devem existir foruns de discurções em todas as instacias, e que sinceramente este foi totalmente equivocado e inoportuno. Gostaria de colocar aos companheiros que é na pluraridade que construimos uma unidade, o debate não é por uma afirmação ideologica unica e sim pela construção de uma unidade onde se possa conteplar que todos tenham representatividade.
    Antes de muitos dos qu hojem estão nas fileiras dos movimentos socias eu ja estava nas trincheiras das lutas por uma democracia neste pais, o debate ideologico tem que ser frateno as criticas propositivas. Em momento algum estou sendo contra as reividicações dos camaradas as quais eu comungo porem como ressaltei anteriormente tive serciado meu direito dentro do contexto aqui colocado.

    com todo respeito.

    Saudações Revolucionárias

    "Quem não se movimenta não sente as correntes que o predem" Rosa Luxemburgo

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  3. Caro anônimo, entendo seu ponto de vista e concordo, em parte, com ele. De fato, o momento em que intervimos na aula magna não foi o mais apropriado - admitimos isso em nossa carta aberta aos estudantes e à sociedade.
    Entretanto, nossa intenção não foi impor uma visão ideológica única. Muito pelo contrário: defendemos a pluralidade, uma aula magna em que se pudessem expor os dois pontos de vista acerca do modelo acadêmico da UFOPA - o da reitoria e o do movimento estudantil.
    A Administração é que tenta impor uma ditadura do pensamento único, pois nega todas as formas de diálogo e, no caso da aula magna, não nos oportunizou direito de fala, conforme solicitamos.
    Ao chegarmos à frente do auditório com nossas palavras de ordem, o Reitor simplesmente deu por encerrado o evento, de modo que não é correto culpar apenas o movimento estudantil pelo fim da aula magna (nunca quisemos isto!)
    De qualquer forma, colega anônimo, agradeço suas críticas e sugestões e lhe garanto que o movimento estudantil está aberto para todos que queiram contribuir em nossa luta por uma Universidade pública, popular e de qualidade. Junte-se a nós.
    Saudações fraternas.

    Ib Tapajós

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  4. Peço desculpas pela identificação ou melhor pela não identificacão. Me chamo Narciso, tenho 45 anos sou aluno do turno vespertino. Agradeço aos camaradas do movimento por suas oportunas colocações e estarei sempre disposto a contribuir com a luta. Gostaria de ressaltar que não foi intenção minha eleger culpados ou inocentes, somente tentei esclarecer um ponto de vista. Uma vez mais peço desculpas se transpareceu em contrario.


    ""A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunão." Paulo Freire

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  5. FALTA DO QUE FAZER...TEM UMAS ROUPINHAS AQUI EM CASA PRA LAVAR ..VOCÊS NÃO QUEREM DAR ESSA FORCINHA? BANDO DE DESOCUPADO....

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