terça-feira, 20 de dezembro de 2011

No dia 18 de dezembro de 2011, pouco mais de 12.500 candidatos, sobreviventes de uma cruel peneira quase dez vezes maior, realizaram a última etapa do processo seletivo da Universidade do Estado do Pará, que ofertou este ano 3.232 vagas para todo o estado do Pará. Trata-se do problema histórico de acesso à educação do nosso país, que permite que apenas uma porcentagem ínfima da população brasileira tenha acesso ao sistema de educação público.
Recentemente, ainda neste semestre, a UEPA discutiu políticas de acesso e avaliação da Universidade, conversando de primeira mão, depois de 18 anos de existência, sobre políticas de cotas para a Universidade pública mais elitizada do estado do Pará. Mesmo com a mínima política de incentivo, com cursinhos populares e isenção de 11.000 candidatos à inscrição no processo seletivo, a UEPA passa longe de reverter a desigualdade histórica de acesso às IES do nosso país. Sendo, portanto, o tema das cotas é uma importante discussão a ser feita com toda a sociedade diretamente afetada por esse problema arcaico e ao mesmo tempo atual da educação no Brasil.
Como se já não bastasse toda a desigualdade e dificuldade por qual passa toda a juventude para ter acesso a essas poucas vagas que o investimento público permite ter, recentemente explodiu a notícia nos sites alternativos de que IZABELA VINAGRE PIRES FRANCO, FILHA DE VIC E VALÉRIA PIRES FRANCO - figuras públicas e políticas do Democratas (DEM) -, tentou, ADMINISTRATIVAMENTE, se matricular na UEPA sem passar pelo processo seletivo desta instituição ou fazer sequer uma provinha de “vestibulinho”. Isso porque esta passou em Medicina em uma faculdade particular em São Paulo, chamada Anhembi Morumbi, que, como outras tantas universidades privadas do país, encontra-se em péssimas condições de qualidade de ensino, registrados pelo próprio MEC.
A UEPA obviamente negou a matrícula desta. Foi quando, não contente, Izabela e sua família recorreram à Justiça paraense, num processo contra a reitoria da universidade, para permitir a matrícula de mesma. É de se imaginar que qualquer órgão público decente, com profissionais teoricamente decentes, não permitiria esse tipo de ABSURDO como uma coisa POSSÍVEL! Mas, para surpresa de TODA a sociedade, Izabela obteve liminar favorável, exarada pelo juiz MARCO ANTONIO LOBO CASTELO BRANCO, titular da 2ª Vara da Fazenda de Belém, obrigando a UEPA a fazer a matrícula desta no curso de Medicina.
Diretoria do DCE-UEPA
O DCE UEPA repudia essa atitude da “Justiça” paraense, que vai contra o Art.5º da Constituição Brasileira, no qual todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, sem distinção de qualquer “natureza”. Mas lembra também que esse é só mais um fato que explicita, através de documento oficial, o que acontece todos os dias no Brasil, quando a “natureza” de classe define o tratamento do cidadão brasileiro. Quando o filho branco do grande burguês, elite conservadora do país, é tratado a certos modos perante a lei burguesa enquanto os filhos sofridos do trabalhador brasileiro, do negro e do índio, passa pela peneira social, do descaso do governo e da justiça.
Lembramos que, recentemente, a Justiça brasileira foi protagonista de outro grande ABSURDO político, quando permitiu a volta do corrupto Jader Barbalho (PMDB), candidato ficha suja nas últimas eleições, ao senado brasileiro, substituindo Marinor Brito (PSOL), que a única coisa que possui de "sujo" na ficha policial são ocupações de órgãos públicos e greves em protesto contra as injustiças históricas do nosso país e em defesa dos direitos da sociedade! A mesma justiça que, agora, protagoniza essa PALHAÇADA assistida também pelo povo paraense!
Repudiamos a matrícula anti-constitucional de Izabela na UEPA e toda a politicagem por trás desse processo! Que a UEPA e o Governo do Estado tomem as providências cabíveis para não permitir esse ABSURDO! Que toda a comunidade acadêmica e sociedade repudiem esse comportamento da Justiça Paraense e pressione os responsáveis para voltar à decisão e liminar da Justiça!!
NÃO e NÃO: ninguém vai entrar sem vestibular!
Assina:
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ.

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