São Paulo – Além de erradicar a pobreza, mitigar a fome e melhorar serviços de educação e saúde, os estudos do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU procuram também o empoderamento feminino e a igualdade de gênero como forma de desenvolvimento social.
Por Raphael Martins, do Exame
Na edição publicada ontem (14) de “O Trabalho como Motor do Desenvolvimento Humano”, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) traz também o Índice para o Desenvolvimento de Gênero, que elenca indicadores de IDH separados entre homens e mulheres, buscando as lacunas que ainda os distanciam, em especial em educação e renda.
Ao contrário do IDH, o Índice para o Desenvolvimento de Gênero deve ser próximo de zero para ser considerado satisfatório. Entram números de caráter reprodutivo (natalidade na juventude, mortalidade de mães, etc), saúde, capacitação educacional e presença no mercado de trabalho.
Lidera a lista a Eslovênia, com 0,016 de índice, seguido por Suíça, Alemanha,Dinamarca e Áustria.
O Brasil vai mal e é apenas o 97º lugar, com 0,457, dos 155 países com indicadores para pontuar no ranking. Nas últimas colocações estão Chade (0,706), Níger (0,713) e Iémen (0,744).
Veja abaixo a situação do Brasil em comparação com alguns países que compõe o ranking em diferentes categorias.
PNUD: DESIGUALDADE DE GÊNERO, SEGUNDO A ONU
O “IDH DE GÊNERO”
O Índice para o Desenvolvimento de Gênero deve ser próximo de zero para ser considerado satisfatório. Entram números de saúde, capacitação educacional e presença no mercado de trabalho.
MATERNIDADE ADOLESCENTE
Índice leva em conta o número de nascimentos por mulher de 15 a 19 anos. Brasil está em 114º lugar de 156 possíveis e tem 70 nascimentos a cada 1.000 mulheres.
MULHERES NO PARLAMENTO
Esta é a representatividade feminina em alguns países ranqueados pela ONU. O Brasil é apenas o 134º lugar em maior participação feminina no Poder Legislativo. O primeiro lugar fica com Ruanda onde 57,5% das cadeiras são ocupadas por mulheres. Dos países mensurados, Catar e o Reino de Tonga não tem representante feminina.
AS MAIS ESTUDIOSAS
Considerando como formação escolar, ao menos, Ensino Médio, Finlândia, Áustria, Luxemburgo, Canadá e Estônia destacam-se com 100% de atendimento para mulheres com 25 anos ou mais. O Brasil é apenas o 85º lugar no ranking de 155 países, com 54,6% de mulheres neste grupo. Burkina Faso é o lanterna, com impressionantes 0,9% de mulheres que concluíram Ensino Médio.
O MELHOR DO BRASIL
Não enche os olhos, mas o melhor índice brasileiro é o de percentagem de mulheres no mercado de trabalho. No Brasil, 59,4% das mulheres com 15 anos ou mais está presente na força de trabalho do país. Trata-se do 45º lugar no ranking de 155. Os três melhores são Tanzânia, Ruanda e Moçambique, todos com mais 85% das mulheres em atividade.
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