terça-feira, 6 de novembro de 2012



Por Felipe Bandeira[1]

Nos últimos meses estudantes universitários de Santarém tomam as ruas em protesto contra as péssimas condições do transporte público no município. O serviço é oferecido de forma precária, e dentre as principais reclamações destacam-se as frotas insuficientes, ausência de manutenção periódica nos ônibus, descumprimento das rotas, além das constantes propostas de reajuste da passagem. Em programa de rádio veiculado na última quinta-feira (01/11), a SMT afirmou ter ciência de tal situação.
Santarém ao longo dos anos vem se consolidando com uma verdadeira cidade universitária, atraindo estudantes de várias regiões do Estado. Hoje no município existem cerca de 13 mil estudantes no ensino superior, entre universidades públicas e privadas, e milhares de jovens em cursos técnicos e cursinhos pré-vestibulares, além dos estudantes matriculados no ensino fundamental e médio, a maioria destes, de baixa renda e usuário do transporte público.

Os órgão responsáveis (SMT, prefeitura) claramente não conseguem responder a estas questões, ao passo que a cada ano o problema do transporte público se avoluma, impactando diretamente o cidadão que é usuário de ônibus.
Por se tratar de um serviço público, o Transporte coletivo, deveria prioritariamente atender a demanda da população, fornecendo a esta um serviço barato e de qualidade. No entanto, na prática, há uma inversão e a prefeitura prioriza os lucros aos donos das empresas de ônibus, em detrimento da qualidade do serviço prestado à população.
Neste contexto poder público e iniciativa privada brincam de jogar a batata quente um para o outro. Os empresários atribuem a precariedade do transporte público à falta de apoio do poder municipal. Em contrapartida, este alega que nos últimos anos a prefeitura “perdoou” uma dívida milionária relativa ao não pagamento a tributação municipal ISS (Imposto sobre serviços) por parte dos empresários como condição para que o setor renovasse e ampliasse as frotas de ônibus, contrapartida que não aconteceu.
Neste sentido, os estudantes reivindicam uma reforma urgente no serviço de transporte do município. Em ultima instância quem pensa as políticas públicas para o transporte coletivo são pequenos grupos de empresários que defendem prioritariamente seus largos lucros. Não podemos admitir as constantes propostas de reajuste da passagem e meia-entrada dos estudantes nos ônibus, pois assim estaremos compactuando com um transporte público cada vez mais excludente. 


[1] Coordenador Geral da UES, militante Juntos! Juventude em Luta!

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