Milhares de trabalhadores[as] da educação no estado do Pará decidiram entrar em greve até que o Governo Jatene (PSDB) cumpra o que foi acordado com o SINTEPP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará. A decisão foi tomada no dia 21/09, depois de meses de negociação para que se evitasse uma greve no ensino público. "Infelizmente, esta é a única forma de chamar a atenção da sociedade e da justiça para o caos que vive a educação no Pará" - afirma o Sindicato.
Os motivos centrais dessa decisão foram a não implementação da Lei nº 7.442, que instituiu o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e a não aplicação do Piso Nacional do Professores, que estabelece um valor mínimo para o salário de todos os professores da educação básica no Brasil inteiro. O SINTEPP reclama também a inclusão dos funcionários das escolas no PCCR.
Por outro lado, a greve dos trabalhadores da educação do Pará está conectada com as lutas de âmbito nacional em defesa da educação pública. "Em todo o Brasil a campanha pelos 10% PIB já esta nas ruas e é tema de nosso XX Congresso Estadual, que lançará esta campanha no estado, pois acreditamos que somente com investimento maciço em educação conseguiremos reverter as atrocidades que estão cometidas com as nossas crianças, como a violência sexual, bullying, presenciadas constantemente nas escolas. Lembramos também que os trabalhadores em educação, também são vítimas dessa violência" - afirma o SINTEPP.
Por fim, o Sindicato reivindica mais duas pautas que o governo do estado se recusa a resolver: a contratação dos aprovados nos últimos concursos públicos da SEDUC e o cumprimento do calendário de reformas das escolas que foi acordado entre o governo e o Ministério Público.
Santarém na greve
Em assembleia ocorrida no auditório da escola São Francisco no dia 22/09 [foto acima], os professores e servidores da rede estadual de Santarém decidiram entrar em greve a partir do dia 26/09 (segunda-feira). A assembléia contou com uma massiva participação da categoria que, por absoluta maioria, decidiu aderir ao movimento grevista.
A UES se fez presente na assembléia, através do diretor Rômulo Serique, que manifestou o total apoio da entidade à luta dos trabalhadores da educação. "Nos colocamos à disposição para lutar ao lado do SINTEPP por uma educação pública de qualidade no Pará e em Santarém" - afirmou Rômulo.
Janaina Azevedo, estudante do colégio São Francisco e militante do Juntos!, também se manifestou na assembléia, em apoio aos trabalhadores. "A greve dos professores não é apenas uma questão salarial; é uma luta pela educação. O ensino público pede socorro, e nós, estudantes, devemos tomar esta luta como nossa e dar apoio à greve dos servidores públicos da educação. O estudante deve entender que não é a greve dos servidores a responsável pelo atraso das aulas, e sim o descaso do governo para com a educação".
Na segunda feira (26/09), o SINTEPP-Santarém fará uma Assembléia para esclarecer aos pais, responsáveis e comunidade escolar os motivos da greve. A atividade terá início às 18 horas, na Praça São Sebastião.
Fonte: SINTEPP e Geosociedade.
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