Os trabalhadores da educação pública de Santarém aderiram à mobilização nacional organizada pela CNTE e paralisaram suas atividades letivas no dia de hoje, 14 de março. De manhã, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (SINTEPP) organizou uma manifestação que percorreu as ruas do centro de Santarém em defesa de um ensino público de qualidade e de mais valorização à categoria.
Dentre as pautas levantadas pelo sindicato, destacaram-se a luta pela aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação brasileira e a campanha pelo cumprimento integral e imediato da Lei nº 11.738, que instituiu o piso nacional do magistério. Segundo a CNTE, 17 estados brasileiros não pagam o piso salarial anunciado pelo MEC (R$ 1.451,00) e o mesmo número não cumpre a jornada extraclasse, conhecida como "hora-atividade", também estabelecida na Lei 11.738.
Em Santarém, além das pautas nacionais, os professores da rede pública denunciaram a situação caótica do ensino público estadual. As péssimas condições estruturais das escolas continuam a ameaçar a segurança de professores e alunos. No colégio Álvaro Adolfo, por exemplo, há cerca de uma semana atrás, mais um ventilador de teto caiu sobre o chão de uma sala de aula, colocando em risco a vida de várias pessoas.
O coordenador da UES, Ib Tapajós, que participou do ato público, manifestou total apoio à luta do SINTEPP e responsabilizou o governo do estado pelo caos na educação. "Infelizmente, esse governo trata a educação pública com total descaso. Além da situação precária das escolas estaduais, também o ensino superior vem sofrendo sérios problemas. Na UEPA/Santarém, um prédio construído recentemente já foi interditado pelo corpo de bombeiros por representar perigo à integridade física dos estudantes e professores. Isso é um absurdo!"
Além dos professores e funcionários de escolas, vários alunos da rede pública participaram da manifestação de hoje, especialmente estudantes dos colégios Aluizio Martins, São José e Almirante Soares Dutra.
Na passeata, chamava bastante atenção uma faixa com as palavras: "Estudantes, juntem-se a nós. Movimento Estudantil não é só tirar carteira de estudante". Tal faixa é uma crítica direta da direção do SINTEPP às entidades secundaristas (AES e UMES) que nunca se fazem presentes na luta pela educação pública. No ato público, as únicas entidades estudantis presentes foram a União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém (UES) e a União de Grêmios Estudantil Livres (UGEL).
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