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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Por Hemerson Ferreira*
Greve de bombeiros e policiais recentes tem gerado um debate dentro das esquerdas. Certamente a repressão que chefes de Estado tem-lhes feito, e o apoio da imprensa à repressão, ajuda a ver de que lado devemos ficar. O breve texto trata disso..

Há um debate dentro da esquerda brasileira, iniciado quando da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro em 2011 e reiniciado agora, com a atual greve dos PMs da Bahia: devemos apoiá-los ou não?Os defensores da omissão ou da oposição à greve lembram, com muita razão, que a PM é o braço armado do Estado, a serviço dos governantes, das elites sociais, da exploração dos trabalhadores. Enfim, eles são também opressores do povo. Um aumento salarial (ou qualquer outro recurso destinado a eles) apenas ampliaria seu poder repressivo. Uma histórica repressão covarde e assassina cometida, dentre outros, pela PM recentemente, e os atuais e cotidianos crimes contra os Direitos Humanos, sobretudo contra pobres, reforça o argumento deste grupo.
Por outro lado, existem aqueles que enxergam uma divisão social (classista) dentro das PMs: além de seus setores mais elitizados (o alto oficialato), comprometido com os donos do poder e da riquezas e, por isso, melhores remunerados, a PM é composta em sua maioria por oficiais de baixa patente, praças, enfim, homens e mulheres altamente explorados, diariamente humilhados, sobrecarregados, muito mal-pagos e internamente oprimidos, pertencendo também à classe trabalhadora (assalariados), vindos do povo (compondo-o), de onde são recrutados e (mal) treinados pelo Estado para fazerem o que fazem...
Na greve dos bombeiros do Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) agiu com uma truculência digna de um regime ditatorial: mandou policiais, colegas de farda dos bombeiros, reprimi-los a qualquer custo. Porém, para sua surpresa, os PMs cariocas se negaram e inclusive aderiram aos grevistas. Assim, Cabral acionou o BOPE, sua tropa de elite (ou melhor, DA elite) acostumada a deixar corpos de favelanos no chão em suas ações, que reprimiu violentamente a todos, ferindo alguns a cassetetes, tiros e prendendo 400 deles.
O governador carioca, então, foi à TV e passou a utilizar da velha cantilena demonizadora de greve que todos já conhecemos: chamou essa brava gente - que na sua maioria são pessoas honestas, pais e mães de família - de criminosos, baderneiros e até de covardes. Só que o tiro saiu pela culatra, pois bombeiros são muito bem quistos pela população. Sua greve ganhou mais apoio popular, cresceu e desmoralizou um governador que teve que retroceder.
A PM baiana é uma das mais mal-pagas do Brasil. É majoritariamente formada por soldados quase todos pretos, dando porrada na nuca de malandros pretos, de ladrões mulatos e outros quase brancos tratados como pretos (como canta Caetano Veloso em "Haiti"). Já protagonizaram greves duríssimas, muitas delas reprimidas violentamente pelo Exército.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

No site da revista Carta Capital:
Os professores da Universidade Federal de Rondônia (Unir) estão assustados. Desde a prisão do professor de história Valdir Aparecido de Sousa, em 21 de outubro, por policiais federais à paisana, em cenas de truculência que circularam em um vídeo na internet (ASSISTA), os professores grevistas evitam se expor. Sousa está solto, em liberdade provisória, mas precisa seguir uma série de determinações imposta pela Justiça, como não se reunir com os grevistas.
Segundo os policiais, ele era suspeito de ter jogado uma bomba durante a confusão (até agora, sem provas nem acusação formal). Junto do professor de história, foi levada uma câmera de outro professor, de biologia, que filmava e fotografava a confusão – algumas cenas mostram um dos policias com arma em punho em meio a estudante e professores. A câmera foi, depois, recuperada, mas o biólogo decidiu se afastar por um tempo da cidade de Porto Velho, temendo represálias.
A greve na Unir, que já dura cerca de dois meses, não tem data para acabar e deve virar o ano. As negociações estão emperradas. Alunos e professores estão unidos contra o reitor José Januário de Oliveira Amaral. Alguns afirmam estar sendo seguidos pela cidade e sofrendo intimidações.
A reportagem falou com um dos professores do Comando de Greve, que pediu para não ser identificado. “Alguns professores tem procurado dormir em locais diferentes para não sofrer nem um atentado”, afirma. “O negócio aqui tá feio”. [Confira a entrevista na íntegra no 'Mais Informações']
O que está acontecendo na UNIR?
Pátio na universidade: construção ou ruína?
A Universidade Federal de Rondônia tem 29 anos e 7 campi. Segundo o professor grevista, sua história está marcada por intervenção e manutenção de um mesmo grupo no poder, o atual reitor está na reitoria há 9 anos, e sua gestão é marcada pela falta de pragmatismo e conselhos submissos aprovando sua decisões através de Ad referendum.
A partir disso, na visão dos grevistas, ele teria uma crise de confiança na Administração Superior, os professores que apoiam o Reitor são favorecidos, as verbas e vagas de docentes oriundas do REUNI são utilizadas através de manobras políticas para favorecer os amigos. Com isso a Universidade não se estruturou corretamente para executar a sua função, que é disponibilizar um acesso à educação de qualidade. Os professores necessitam comprar os equipamentos básicos para dar aula, e até brigar com colegas para ter acesso a uma sala de aula para lecionar.
Muitos professores, cansados de brigar por condições básicas de trabalho, saem da UNIR, ou passam em outro concurso, ou conseguem transferência por apresentarem problemas psicológico ou por sofrerem ameaças depois de denunciar as irregularidades no Ministério Público.
Para exemplificar os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Alimentos, Engenharia Florestal, Agronomia, Veterinária não abriram vagas no último vestibular por falta de salas de aula.
Outro problema é a Fundação de Apoio da Universidade, Fundação Riomar, que tem as suas contas bloqueadas e está sendo investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), mesmo o Reitor sabendo das denúncias de desvio não fez nada para sanar os problemas, e vários projetos de Professores da UNIR foram inviabilizados ou encerrados devido aos enormes desvios. Segundo a nota do Ministério Público existe a possibilidade do Januário estar envolvido.
Além disso, na última semana o laudo técnico do corpo de bombeiros diz que o campus de Porto Velho apresenta risco de vida aos alunos e professores.”
Carteiras guardadas com entulho.
Quase dois meses
A universidade está em greve há 49 dias e o prédio da Reitoria está ocupado pelos estudantes há 28 dias.
As reivindicações básicas são: limpeza nos campi, contratação de professores e de técnico-administrativos, construção de laboratórios, construção de Restaurantes Universitários, Hospital Universitário, implantação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), transparência nas ações administrativas e prestação de contas sobre os recursos repassados para os projetos especiais como REUNI e FINEP.
E a principal é o afastamento do Reitor, já que, para os estudantes e funcionários, o mesmo não possui condições éticas nem administrativas de continuar no cargo, tampouco possui legitimidade entre os professores e alunos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Por Wallace Sousa*
Os servidores técnicos administrativos das Universidades federais, representados pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras – FASUBRA, que se encontram a mais de 103 dias em greve, vivenciaram uma das mais importantes lutas de sua história.
Em seu centésimo dia de greve, a FASUBRA, dentro de um contexto de intransigência e ataques ao próprio exercício do direito de greve por um governo que um dia teve como pilares de sustentação o sindicalismo grevista, realizou um vitorioso ato de ocupação na Câmara dos deputados.
A pauta era a aprovação do Projeto de Lei nº 1749/2011 que privatiza os Hospitais Universitários trazendo em seu bojo a insegurança jurídica aos servidores federais trabalhadores deste setor, além de colocar em cheque a qualidade dos serviços prestados, uma vez que a lógica do lucro invadiria a política de Estado de assistência social.
No dia 13 de setembro do corrente ano, cerca de 700 (setecentos) trabalhadores caravaneiros e representantes de base, com uma estratégia arrojada, driblaram a polícia federal e conseguiram entrar no setor de plenários do anexo II da Câmara dos deputados. Essa ardilosa estratégia só foi percebida quando nada mais poderia ser feito pela polícia.
“Amotinados”, um forte clima tenso provocado pelo movimento paredista se agravava com a proximidade do horário marcado pelo presidente da comissão que fatalmente aprovaria o então famigerado projeto de lei. Com os sentimentos aflorados e marcados pelo histórico de intransigência com a categoria trabalhadora, os manifestantes ecoavam palavras de ordens pelo corredor que de tão “povoado” por diversas vezes foi obstruído.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Santiago de Chile, 9 jul. (Prensa Latina) - Depois de uma vã tentativa do governo de aplacar a rebeldia do movimento estudantil, aproxima-se no Chile outra semana de mobilizações sociais em desacordo com as políticas privatizadoras.
Justamente nas últimas horas, a Confederação de Estudantes de Chile (Confech) confirmou de maneira oficial sua rejeição às propostas do Executivo para a Educação Superior, por considerar que aprofundam o modelo neoliberal e acentuam em consequência o lucro e a exclusão social. "Aqui se contrapõem duas visões diferentes, uma que é a cultura do dinheiro, e a outra que é como fomentar um sistema de educação pública para o desenvolvimento do país", asseverou Camila Vallejo, presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile e líder da Confech.
Precisamente em sua declaração de ontem, a Confech sublinhou que o futuro promissor e luminoso de que falou o presidente Sebastián Piñera em seu discurso à nação na terça-feira passada não será jamais atingido com "imposições nascidas entre quatro paredes e sem nenhum tipo de participação cidadã".
O movimento estudantil, convertido já em força política no Chile, fez notar que na óptica do governo se reduz o conflito à necessidade de injetar financiamento às casas de estudo, sem se tomar em conta que as demandas têm sobretudo uma profundidade política e social, mais que econômica. Para enfrentar este problema, apontou o estudantado chileno, faz falta um Estado verdadeiramente comprometido com a educação como direito social.
No entanto, remarcou a Confech, "segue-se instalando a lógica de um subsídio sem regulação para os estudantes, que transferirá recursos de todos os chilenos aos empresários que lucram com a educação". Longe de se garantir um direito fundamental, fica à mercê do mercado a qualidade educacional que recebem os meninos e jovens chilenos, enfatizaram os universitários.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

No blog SOS Bombeiros:

Nesta terça-feira, conquistamos a ANISTIA ADMINISTRATIVA de todos os militares envolvidos no movimento por dignidade do bombeiro militar. A anistia contempla todos os miliatares presos, inclusive os PMs, e garante anistia para punições aplicadas desde abril, quando o movimento chegou às ruas. O projeto de lei que concede ANISTIA ADMINISTRATIVA foi aprovado por unanimidade pelos deputados presentes, já às 20h, com as galerias da Casa ocupadas por bombeiros e familiares. O projeto segue para a sanção do governador (PL n. 664/11).
Houve uma manobra para que os deputados que desde a primeira hora apoiaram e defenderam os bombeiros fossem IMPEDIDOS de assinar o projeto de lei. QUEM SÃO ELES: Janira Rocha, Marcelo Freixo, Flávio Bolsonaro, Clarissa Garotinho, Luiz Paulo, Paulo Ramos, Lucinha, Altineu Cortes, Marcio Pacheco, Comandante Bittencourt, Miguel Giovani e Wagner Montes. Não precisamos de assinatura no projeto de lei, sabemos muito bem quem está do nosso lado!!!
Na ALERJ hoje também foi aprovada a proposta do governo para antecipação das parcelas do reajuste de 5,5% (já previsto para este ano - Projeto de Lei 571/11) e a proposta de uso de 30% do Funesbom para finalidades como pagamento de gratificações (projeto de lei 595/11). Os deputados que nos apoiam prepararam várias emendas que atenderiam as reivindicações feitas desde abril (salário básico de 2 mil reais, fim das gratificações e vale transporte), mas em votação hoje estas emendas não foram aprovadas pela Assembleia!!!! POR ISSO, A MOBILIZAÇÃO PELA DIGNIDADE CONTINUA! SALÁRIO DIGNO, FIM DAS GRATIFICAÇÕES DISCRIMINATÓRIAS! VALE TRANSPORTE!
Amanhã, os heróis que estão em Brasília rumam para a Câmara dos Deputados, onde estamos batalhando pela ANISTIA CRIMINAL!! O Projeto de Lei que concede a anistia criminal foi aprovado no Senado na semana passada, mas ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e seguir para sanção presidencial.
JUNTOS SOMOS FORTES!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011


É destaque em toda a imprensa a greve dos bombeiros do Rio de Janeiro e os acontecimentos que se sucedem desde que o governador Sérgio Cabral (PMDB), na madrugada do sábado (dia 4), de forma covarde, mandou o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) invadir o quartel e reprimir violentamente os grevistas, que se manifestavam pacificamente.
Na noite de sexta, os bombeiros ocuparam o quartel da corporação para protestar contra a terrível situação em que eles vivem. O Rio de Janeiro é o estado que pior remunera seus bombeiros, com cerca de R$ 950 por mês. A mobilização legítima dos homens de vermelho busca um salário de, ao menos, R$ 2 mil.
Já na madrugada, ocorreu a vergonhosa invasão ordenada por Cabral, com lançamento de bombas e disparos de balas de fuzil. Na operação, 439 bombeiros foram presos e, desde então, estão mantidos em condições humilhantes.
Integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ) passou a madrugada acompanhando o protesto dos bombeiros dentro do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no centro da cidade, e disse que só não houve uma tragédia porque o movimento é pacífico e porque os manifestantes tinham treinamento militar.
“Foi terrível o que aconteceu lá dentro. O Bope invadiu por trás, jogando bombas de gás e disparando balas de verdade. Tem carros dos bombeiros lá dentro arrebentados a bala. Se os bombeiros não estivessem em movimento pacífico e ordeiro, poderia ter ocorrido uma tragédia”, afirmou a deputada, exibindo cápsulas deflagradas de fuzil e pedaços de bomba de efeito moral.
Janira Rocha não poupa críticas ao governador do estado do Rio de Janeiro, o maior responsável pela repressão contra esse movimento legítimo dos bombeiros: “Essas pessoas que estão sendo penalizadas são as mesmas que salvam vidas em incêndios e nas praias do Rio. Ganham o pior salário da categoria no Brasil. Quero saber se o governador (Sérgio) Cabral, responsável por essa operação, consegue se alimentar em Paris com os R$ 950 que são pagos a esses homens e mulheres.”
A revolta na população é geral contra a covardia do governador. Um acampamento foi erguido em frente à Assembleia Legislativa carioca para protestar contra a violência de Cabral, pela imediata libertação dos presos e em defesa das reivindicações da categoria.
O movimento SOS Bombeiros  convova toda a população brasileira a usar roupas vermelhas em solidariedade à luta heróica dos bombeiros do Rio de Janeiro.
 Informações extraídas de:

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Por Cândido Neto da Cunha*



Amazônia de Anna


O ano de 1988 para a Amazônia poderia ser considerado como revolucionário. Não foi um 1917 numa Rússia czarista, mas este ano deu novos significados para Amazônia, uma virada sobre aquilo que comumente se percebia sobre a última grande floresta do mundo. Para isto, dois fatos totalmente desconexos, com dois personagens desconhecidos fora do meio social de atuação de cada um deles, transformariam radicalmente toda a percepção que o Brasil e o mundo tinham sobre esta região.

A cidade de Monte Alegre no Oeste do Pará, na margem esquerda do rio Amazonas, guarda na sua memória o processo de dominação lusitana sobre um território que a princípio pertenceria à Espanha. Seus casarões são testemunhas da estratégia geopolítica portuguesa de tomar para si esta vasta área com a dispersão de vilas, povoados e fortalezas. Monte Alegre possui ainda uma grande colônia de cearenses, legado da migração nos tempos da borracha, e uma das primeiras colônias de japoneses que imigraram no início do século passado ao Brasil. A introdução da juta e da pimenta-do-reino na Amazônia são heranças destes japoneses. Em 1927, estabelece-se em Monte Alegre o primeiro grande projeto de colonização estatal na região, prelúdio da dita “ocupação” da Amazônia.

Mas Monte Alegre guarda ainda registros imemoriais que mudariam tudo aquilo que havia como certeza sobre os primeiros povos das Américas e a forma de ocupação de suas florestas.

A presença humana no continente americano sempre foi um tema controverso. Achados arqueológicos de até então reforçavam a teoria que a presença humana na América do Sul derivava de migrações oriundas da América do Norte. A Amazônia ocupada pelos indígenas teria sido povoada originalmente por povos que descendiam das civilizações andinas e deles se apartaram e, ao contrário dos incas, por exemplo, não emergiram nesta terra nenhuma “grande civilização” ou “organização social das mais complexas”, apenas se dispersando sobre a grande área.
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