sábado, 30 de julho de 2011

Cerca de mil pessoas protestaram ontem (29/07), em Altamira (PA), contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Os manifestantes, provenientes das três ocupações urbanas de sem-teto surgidas nos últimos dois meses em Altamira, reivindicaram a garantia de moradia para todas as famílias sem teto da região e o fim do projeto da barragem. O bispo Dom Erwin Krautler, da Prelazia do Xingu, esteve presente no ato.
“Este foi o grito das famílias já expulsas por Belo Monte”, conta a coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Antonia Melo. “O consórcio Norte Energia já deu início às obras de Belo Monte com a construção de alojamentos, mas ainda não cumpriu nenhuma das condicionantes previstas em lei para mitigar os impactos que a obra terá sobre a população local. Não é a toa que as pessoas estão com medo de perder tudo o que tem por causa da barragem”.
Cerca de 1.200 famílias já estão ocupando lotes – em geral, de 50 ou 60 metros quadrados – de terrenos em desuso da cidade. No entanto, o problema deve se estender para outras cinco mil famílias moradoras dos chamados ‘baixões’, bairros mais pobres da cidade que seria alagados pela barragem.
A marcha, organizada pela Frente de Resistência Contra Belo Monte*, cruzou a cidade da periferia ao centro. No percurso, foram realizadas duas paradas principais: na Caixa Econômica Federal, onde foi entregue à gerência local a pauta de reivindicações sobre moradia para o Governo Federal; e na sede da Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina.
Para o coordenador regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Moisés da Costa Ribeiro, a manifestação teve um saldo positivo: “Além de darmos mais uma demonstração de resistência, queremos mostrar que Belo Monte está longe de ser um fato consumado como o governo tenta fazer crer através de documentos, licenças e coletivas de imprensa”, conclui.
* A Frente de Resistência Contra Belo Monte é formada por: Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e SINTEPP-Regional, entre outras organizações.

Fonte: Movimento Xingu Vivo para Sempre

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Por Nathalie Drumond e Rodolfo Mohr*
Dentro de poucos dias a nova diretoria da UNE, eleita no último dia 17 em Goiânia, será empossada. A Oposição de Esquerda – a qual reúne diversos coletivos do movimento estudantil como o Juntos!, o Rompendo Amarras, Vamos à Luta, Contraponto, Levante, Viramundo, Rebele-se e nos quais se organizam os militantes da juventude do PSOL – assumirá neste novo mandato mais responsabilidades. Nossa bancada cresceu em delegados e em presença política. Pautamos o 52º Congresso da UNE com nossa firme posição contra o novo Código Florestal e tomando como exemplo a luta dos indignados espanhóis.
Conformamos uma chapa que obteve uma expressiva votação. Cerca de 20% dos delegados votaram por UNE livre e independente, que não seja meramente uma juventude do Planalto. A partir de então, queremos aumentar a fração da UNE que irá potencializar as lutas da juventude e da educação nas ruas de todo o Brasil. Para nós, essa disputa começa na luta pelos 10% do PIB para Educação.
10% PIB: um discurso consensual, duas práticas vigentes
Uma das votações consensuais no 52º Congresso da UNE foi a defesa dos 10% do PIB para Educação. Esta é uma bandeira histórica do movimento de educação no que diz respeito ao financiamento público. Lá se vão décadas em que as entidades e movimentos apresentam à sociedade e ao governo a necessidade de multiplicar o orçamento da Educação.
Os desafios são enormes: erradicação do analfabetismo, universalização com qualidade da educação básica, expansão imediata da Universidade Pública.
Mas como colocamos isso em prática? De um lado, a direção majoritária da UNE, ligada ao governismo, não tem a independência necessária para dar essa disputa. Estão atrelados ao projeto de Dilma, que compromete quase metade do orçamento da União ao pagamento de títulos da dívida pública aos banqueiros. É um verdadeiro escândalo. O “espetáculo do crescimento” tornou o “andar de cima” de nossa pirâmide ainda mais abastado, enquanto Dilma passou a tesoura em R$ 50 bilhões de reais das áreas sociais.
Está nas mãos da Oposição de Esquerda da UNE a possibilidade de encampar em todas as Universidades brasileiras esta disputa. Na paralisia da direção majoritária, temos que construir Calouradas e Jornadas de Luta em todos os estados. Neste semestre será votado o Orçamento da União de 2012, portanto temos uma disputa real a travar do em defesa dos 10% do PIB.
"Não, não, não. Belo Monte não! O Xingu é nosso e não abrimos mão", esse era o refrão gritado pelos manifestantes que se reuniram nesta quinta-feira (28-07) na avenida Nazaré, em Belém, capital do Pará. A manifestação era mais um ato contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu e contou com a participação da juventude da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS).
De rostos pintados, com cartazes, coreografias e gritos de guerras, milhares de estudantes que participavam do Encontro da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), na Universidade Federal do Pará (UFPA), a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB) e o Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre saíram as ruas de Belém em um movimento pacífico e em tom de brincadeira. O objetivo das entidades era mostrar seu ponto de vista contrário à instalação da obra, que não beneficiará a população amazônica, mas apenas os grandes empresários.
No meio do caminho, os estudantes pararam na porta da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, e protestaram contra a emissora. “A mídia burguesa engana você - não fique parado assistindo TV” e “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, rimavam aos gritos na porta da TV.
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Em um trecho do Blog do Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação – Enecom 2011, os estudantes explicam os motivos de serem contra a Usina de Belo monte. Confira na íntegra:
 * Por que centenas de organizações, movimentos sociais, professores, pesquisadores, o Ministério Publico Federal e diversas outras entidades questionam a Usina de Belo Monte?
→Belo Monte vai entregar R$30 bilhões para empreiteiras e amigos do Governo. A maior parte deste dinheiro vai ser retirada da saúde, educação, segurança, habitação, saneamento, etc; 
→Belo Monte vai expulsar mais de 50 mil pessoas de suas casas e de suas terras. Até hoje não foi informado para onde elas irão.
→Belo Monte vai secar um trecho de 100 km da Volta Grande do Rio Xingu, acabando com toda a biodiversidade local.
→Belo Monte não vai gerar energia para a população da Amazônia, nem diminuir o valor da conta de quem já tem luz em casa. 80% de sua energia será para as indústrias do centro-sul do Brasil, e 20% para empresas como VALE e ALCOA.
→Belo Monte vai atingir a aldeia indígena Paquiçamba, Arara da Volta Grande, Juruna do Quilômetro 17 e Trincheira Bacajá. Direta ou indiretamente mais de 15 mil indígenas sofrerão as conseqüências das barragens construídas no rio Xingu.
→Belo Monte vai gerar, em média, somente 39% de sua capacidade máxima de produção de energia. Os técnicos informam que é necessário produzir no mínimo 55% para uma usina ser viável economicamente.
→Belo Monte vai ser construída com recursos públicos. O BNDES vai financiar 80% da obra, cobrando juros de 4% a.a, com prazo de 30 anos para pagamento.
→Belo Monte vai impactar 11 municípios, totalizando uma população de mais de 360 mil pessoas, porém somente foram realizadas audiências públicas em 03 desses municípios.
→Belo Monte vai atrair mais de 100 mil pessoas para a região. Mas os dados do governo mostram que menos da metade conseguirá emprego, aumentando o desemprego e o caos social.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Por Eduardo Maia*
Uma nova juventude se mostra hoje no Brasil. Neste primeiro semestre de 2011 observamos por todo o mundo que a juventude aparece, toma as ruas e se manifesta, mostra a sua opinião, exige os seus direitos, luta por dias melhores! Na Tunísia, no Egito, na Espanha, na Grécia, no Chile e mais em vários outros locais do mundo podemos claramente observar essa realidade.
No Brasil vemos hoje uma grande brecha se abrindo para que os indignados também se manifestem aqui. A Marcha da Liberdade é um grande exemplo disso, a juventude está disposta a se mobilizar, falta que se estabeleça um diálogo entre os movimentos hoje já organizados e os demais jovens.
No dia 15 de julho surgiu oficialmente uma nova organização – um novo coletivo, não mais só estudantil, mas da juventude como um todo - disposta a lutar junto com os estudantes, disposta a romper com os muros da universidade e ir junto ensinar e, principalmente, aprender com todos os jovens que hoje não têm condições de entrar nas universidades, quebrando assim com o paradigma do estudante universitário, que na maioria das vezes tende a se enclausurar dentro dos muros da universidade, “os muros da sabedoria”, ignorando todo e qualquer conhecimento que venha dos outros setores da sociedade que não possuam algum título de qualificação.
O Juntos! Juventude em luta vem para mudar isso, vem para aprender com a juventude da periferia ao mesmo que socializa conhecimento. O nosso objetivo é somar. Não trazemos as respostas prontas para todos os problemas, mas trazemos conosco a curiosidade de quem quer descobrir o que fazer, a vontade de quem quer debater sobre as possíveis soluções e o vigor de quem quer lutar contra todas as injustiças que assolam a nossa sociedade, e estamos dispostos sempre a dialogar, sendo essa a nossa grande marca.
Nos dias 13 a 17 de julho participamos do maior encontro estudantil nacional, o Congresso da União Nacional dos Estudantes. Intervimos nesse espaço com o objetivo de fazer oposição a uma diretoria que se entrega aos desmandos do governo federal. Conscientização foi a palavra chave para Oposição de Esquerda, dentro desse encontro. Trazer para o debate temas de grande importância foi a grande missão que tivemos, e saímos desse fórum com um saldo positivo, pois quem pôde participar do CONUNE viu que em todos os locais, em todos os momentos, nos corredores, nas plenárias, nas praças, lá estávamos nós para tentar construir o debate, para falar dos assuntos polêmicos que a UJS e a Kizomba - por serem, respectivamente, campos do PC do B e do PT/DS - têm medo de tratar. Falamos do Código Florestal, falamos dos ex ministros Palocci (Casa Civil) e Nascimento (Transportes), que se envolveram, claramente, em um sistema de corrupção, falamos sem medo de Belo Monte, nos posicionando contra esse projeto que só trará mais destruição e morte.
Tocando nos temas mais polêmicos que levamos ao CONUNE, pudemos observar claramente que os coletivos da direita da entidade estavam extremamente frágeis, débeis diante da sua própria base, pois os mesmos não conseguiam estabelecer uma resposta coerente para dar à juventude, e quando se cantava: “Aldo Rebelo, ex comunista, se vendeu pra bancada ruralista”; víamos a UJS (coletivo ligado ao PC do B, partido do Deputado Aldo Rebelo) calada, e os seus próprios militantes confusos, sem saber o que falar.  
Esse foi o grande emblema do 52° CONUNE, uma oposição qualificada, tendo cada um dos seus mais de 1000 militantes construídos através do mais valoroso debate com a base estudantil, de um lado, e de outro um conglomerado de pessoas despolitizadas e sem saber como se explicarem para os estudantes sobre algumas linhas políticas tomadas.
Durante esse período não foram poucos os golpes que a direção da entidade deu nos Setores da Oposição de Esquerda. Nós do Juntos! durante dois dias consecutivos ficamos impedidos, por várias horas, de entrarmos no nosso alojamento, tendo que ficar no frio, mas nada que tenha abalado os ânimos dos grandes e valorosos lutadores que temos, pois isso só aumentou a indignação do coletivo que se apresentava como a maior bancada da Oposição de Esquerda, com mais de 300 membros.
Este CONUNE também se mostra como reflexo das lutas que a juventude vem travando dentro das suas universidades, no seu dia a dia, pois a bancada da Oposição de Esquerda alcançou uma marca histórica, conseguiu reunir mais de 1000 estudantes (dentre os quais, cerca de 600 delegados), mostrando que dias melhores estão vindo sim! Que os ventos que hoje sopram com força no Chile estão começando a soprar definitivamente no Brasil!
Passado esse encontro, voltamos mais fortes, voltamos revigorados por saber que a proposta do Juntos! é necessária. Vendo atitudes como as que a diretoria majoritária da UNE toma, de boicotar mobilizações democráticas e ameaçar coletivos de serem expulsos dos alojamentos, só mostram que os tempos de repressão da ditadura não se foram, de fato, mas apenas mudaram de máscara, hoje têm uma aparência democrática. Mas não podemos perder de vista que essas atitudes são reflexo de um grupo que hoje se encontra acuado, vendo o crescimento da Oposição de Esquerda, sabendo que a Oposição hoje constrói as lutas dentro dos principais DCE’s do Brasil.
Nossa tarefa é realmente árdua. Como um amigo diz: nosso trabalho é um “trabalho de formiguinhas”; formiguinhas que constroem uma grande estrutura através do árduo trabalho diário e em grupo. Diante disso, convidamos a todos para o debate, para que todos e todas mostrem os seus pontos de vista, de modo a enriquecer a nossa construção política. E por último, e tão importante quanto, convido a todos a virem construir as lutas conosco, com o Juntos!, no debate, nas praças, nas ruas.
Vamos à vitória, camaradas!
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* Eduardo Maia é estudante de Direito da UFOPA e militante do Coletivo Juntos! Juventude em luta.

sábado, 23 de julho de 2011

MANIFESTO CONTRA A REDUÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS NO TAPAJOS
Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar
Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar
(Gilberto Gil)
No mundo da opressão, da truculência, do neototalitarismo, do mercado, do consumo, do capital, a irracionalidade é soberana. O fim dos tempos não é força de expressão, é literal. O fim da história deixa de ser teoria liberal para representar o fim da humanidade. São os exterminadores de sonhos e de vidas.
Madeira, Araguaia, Tocantins, Xingu, Teles Pires, Jamanxin, Tapajós, não são mais rios. São fontes energéticas para as grandes empresas, indústrias, mineradoras. São fontes de dinheiro fácil e certo, recursos públicos para empreiteiras. São fontes de poder, conchavos, acordos espúrios que alimentam governos, empresários e políticos corruptos.
O Complexo Hidrelétrico do Tapajós, projeto que engloba a construção de 05 grandes barragens nos rios Tapajós e Jamanxin, Estado do Pará, apresentado pelo governo brasileiro em 2009, entre outros danos alagará mais de 200 mil hectares de florestas preservadas, localizadas em Unidades de Conservação Federais e Terras Indígenas.
Os técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) realizaram análise sobre o projeto apresentado pelo governo, e informaram através do Memorando nº31/2011 que “O projeto apresentado não indica nenhuma medida mitigadora, ou faz referencia sobre quais as providências que serão tomadas em relação à vegetação e a fauna que serão atingidas pelo alagamento”.
A genial saída que o governo encontrou para poder inundar Unidades de Conservação que legalmente não podem ser afetadas, algumas destas criadas há quase 40 anos, é emitir uma Medida Provisória reduzindo o tamanho destas áreas. Assim, como num fantástico passe de Leon Mandrake, o problema desaparece. Cômico ou trágico?
Em nome de um desenvolvimento autofágico o governo brasileiro, desvairadamente, alucinadamente, segue com seu plano de barrar os rios, obstaculizando a vida na Amazônia. Não existem considerações técnica ou parâmetros jurídicos que o faça recuar desta insanidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Por Paola Rodrigues, Estudante de jornalismo e militante do Juntos! e Mariana Riscali, da Direção Nacional do Juntos! [Texto extraído do blog do Juntos!]

Com objetivo de proporcionar um verdadeiro e amplo espaço de debate sobre a nova conjuntura mundial que estamos vivendo e evidenciar o protagonismo da juventude nas mais recentes mobilizações do norte da África, da Europa e de alguns países da America Latina, aconteceu, durante o 52° Congresso da União Nacional dos Estudantes, o I Encontro Nacional do Juntos!, reunindo mais de 400 do Brasil.
Jovens de vários estados do país, estudantes de 25 universidades, secundaristas, professores e militantes da educação e dos movimentos sociais passaram a formar, a partir do dia 15 de Julho, o retrato da mais nova organização da juventude brasileira. Com a fundação do Juntos! Juventude em luta nasce para o mundo uma juventude aguerrida e forte, que ha tempos vem travando, no seu dia-a-dia, uma serie de lutas, inseridas nesse contexto de transformação mundial.
Em São Paulo, a luta contra o aumento da passagem foi a primeira manifestação pública em que os jovens do Juntos! saíram para as ruas, reunindo mais de 5 mil estudantes. No Rio Grande do Sul, a condenação da Reitora, Miriam da Costa Silveira, da UFCSPA – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre -, uma das melhores universidades do país, foi palco de uma das principais atuações do Juntos!, e no Pará, os possíveis impactos ambientais e a consequente dizimação de famílias ribeirinhas, que ocorreriam com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, mostrou a necessidade do surgimento de uma juventude organizada que se colocasse ao lado dessas populações e dos ambientalistas.
É importante lembrar que todos esses acontecimentos pontuais que vem se perpetuando de norte ao sul do Brasil estão acompanhados de outros fatos que, a nível nacional e mundial, evidenciam o cenário devastador que o mundo enfrenta na contemporaneidade. A decadência do sistema capitalista fica visível no momento em que o Brasil corta grande parte das verbas sociais para a saúde e educação no governo Dilma, aparece o Caso Palocci, cai o ministro dos Transportes, aprova-se as mudanças que dão luz ao Novo Código (anti)Florestal e suspende-se o kit anti-homofobia. Nas outras partes do mundo, a esperança de um novo tempo é anunciada quando as ruas são tomadas pelos egípcios, os espanhóis se indignam em praça publica, os chilenos reivindicam melhorias na educação e gregos se voltam contra um plano de austeridade.
Mas essas lutas, que norteiam o principal eixo de existência dos Juntos!, revelam também que não são somente os estudantes universitários que fazem parte dessa juventude de luta, mas também os secundaristas do Brasil inteiro, a rede Emancipa de SP, RS e PA, professores da rede pública de ensino, os indignados pela construção da usina de Belo Monte, os independentes da Marcha da Liberdade e as mulheres da Marcha das Vadias.
O I Encontro Nacional do Juntos! representou a consolidação dessa nova alternativa, em um espaço de ricas discussões políticas e de organização da juventude de norte a sul do país. O Encontro se iniciou com uma mesa de abertura, A situação política no Brasil e no Mundo e o lugar da Juventude, com a presença de Israel Dutra, da Direção Nacional do Juntos! e da Direção Nacional do PSOL, Fernanda Melchionna, vereadora pelo PSOL de Porto Alegre, e do Sargento Félix, bombeiro presente na greve e nas lutas da categoria do Rio de Janeiro.
Na parte da tarde aconteceu um Painel de Apresentação da Rede Emancipa de Cursinhos Populares, que contou com a presença de representantes da Rede, entre professores, coordenadores e alunos. Em seguida, os Grupos de Discussão reuniram os participantes para debaterem e elaborarem propostas cinco temas centrais para a atuação do Juntos!: Conjuntura, Educação e Movimento Estudantil, Meio Ambiente, Internet e Redes Sociais e Opressões.
A volta dos Grupos de Discussão foi seguida pela mesa: Socialismo é Liberdade, um outro mundo é possível, com Maurício Costa, Diretor Geral do Jornal Juntos! e membro da Direção Nacional do PSOL , e Roberto Robaina, da Direção Nacional do PSOL.
No encerramento, uma Plenária Final onde foram aprovados o  Manifesto de Goiânia, com eixos de atuação do Juntos!, e um calendário de lutas para o próximo período, com grande destaque para o Acampamento Mundial do dia 15 de Outubro. Foi votada também uma Direção Nacional do Juntos!, com representatividade nacional e dos diferentes trabalhos e setores de atuação do movimento.
Este encontro e a fundação do Juntos! como um movimento de juventude ampla, que se unifica em sua diversidade de lutadores e lutadoras, de universidades, cursinhos, escolas e movimentos de todo o país, significa o importante fortalecimento de uma política de construção de uma alternativa para a juventude combativa, em uma nova situação que se abre no Brasil e no Mundo. E o Juntos! consolida-se neste momento como essa alternativa, organizando centenas de jovens em nosso país, por uma perspectiva de mudança. Venha lutar conosco!


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Santiago de Chile, 9 jul. (Prensa Latina) - Depois de uma vã tentativa do governo de aplacar a rebeldia do movimento estudantil, aproxima-se no Chile outra semana de mobilizações sociais em desacordo com as políticas privatizadoras.
Justamente nas últimas horas, a Confederação de Estudantes de Chile (Confech) confirmou de maneira oficial sua rejeição às propostas do Executivo para a Educação Superior, por considerar que aprofundam o modelo neoliberal e acentuam em consequência o lucro e a exclusão social. "Aqui se contrapõem duas visões diferentes, uma que é a cultura do dinheiro, e a outra que é como fomentar um sistema de educação pública para o desenvolvimento do país", asseverou Camila Vallejo, presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile e líder da Confech.
Precisamente em sua declaração de ontem, a Confech sublinhou que o futuro promissor e luminoso de que falou o presidente Sebastián Piñera em seu discurso à nação na terça-feira passada não será jamais atingido com "imposições nascidas entre quatro paredes e sem nenhum tipo de participação cidadã".
O movimento estudantil, convertido já em força política no Chile, fez notar que na óptica do governo se reduz o conflito à necessidade de injetar financiamento às casas de estudo, sem se tomar em conta que as demandas têm sobretudo uma profundidade política e social, mais que econômica. Para enfrentar este problema, apontou o estudantado chileno, faz falta um Estado verdadeiramente comprometido com a educação como direito social.
No entanto, remarcou a Confech, "segue-se instalando a lógica de um subsídio sem regulação para os estudantes, que transferirá recursos de todos os chilenos aos empresários que lucram com a educação". Longe de se garantir um direito fundamental, fica à mercê do mercado a qualidade educacional que recebem os meninos e jovens chilenos, enfatizaram os universitários.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Por Nery Júnio de Araújo* e Ib Sales Tapajós**

O Movimento Estudantil (M.E.) tem notável presença em se tratando das grandes lutas democráticas em nosso país e no mundo. Aqui em Santarém não tem sido diferente. O M.E. local passou por várias provas de fogo no primeiro semestre de 2011, como a luta contra o aumento da tarifa de ônibus e o combate a uma ditadura tirana instalada na UFOPA.
Agora, no mês de julho, o M.E. santareno tem diante de si mais uma importante missão: participar do 52º Congresso da UNE, a ocorrer em Goiânia no período de 13 a 17 de julho.
A caravana de Santarém ao CONUNE, composta por 20 estudantes, está sendo organizada pelo coletivo Romper o Dia! - grupo que há anos vem impulsionado o movimento estudantil mocorongo, construindo entidades como a UES, o DCE-UFOPA, o DCE-UEPA e vários Centros Acadêmicos em diversas instituições de ensino superior.
Nossa perspectiva com a caravana é fortalecer o M.E. santareno, consolidando novos quadros militantes, preparando-os para assumir a linha de frente das diversas lutas que enfrentamos no dia-a-dia. Os espaços de discussão do Congresso, bem como o contato com estudantes de todo o Brasil, serão uma experiência muito rica para aqueles que ousam lutar por dias melhores.
Um dos principais espaços formativos de que nossa caravana estará participando será o Encontro Nacional do Juntos!, que reunirá centenas de estudantes para debater o papel da juventude na transformação da nossa realidade. São jovens de várias partes do Brasil que acreditam num outro mundo possível e que, inspirados pelas revoluções árabes vitoriosas e pelas lutas da juventude européia, tomam as ruas do nosso país em defesa da educação, de liberdade e justiça social.

terça-feira, 5 de julho de 2011


Em suas primeiras edições o jornal Juntos! alcançou jovens em todo país. Esta nova forma de comunicação – coletiva, criativa e mobilizadora – é ferramenta para dar voz aos descontentes e organizar a juventude que não se cala contra as injustiças sociais nem se vende para o governo.
Juntos estivemos nos movimentos anti-globalização, nos grêmios estudantis e nos cursinhos populares, nas lutas pelo passe livre, contra a corrupção de José Sarney e Renan Calheiros, em defesa do meio ambiente, ocupando escolas e universidades pela educação pública.
Socialistas e democráticos, ao lado dos rebeldes de todo o mundo. Vamos todos ao encontro do Juntos!

# Três motivos para não perder o encontro do Juntos!
1 – Em um mundo de mudanças, é momento de ousadia!
As revoluções no mundo árabe não deixam dúvidas: a difícil realidade da virada do século está mudando. No norte da África a Revolução que começou na Tunísia se alastrou pelo Egito, Síria, Líbia, entre outros regimes autoritários, mobilizando milhões e incendiando os povos na luta por liberdade, emprego e salário. Na Europa, países como Grécia, França, Inglaterra e Portugal passam por grandes mobilizações e greves gerais. Na América Latina e no Oriente Médio a situação não é diferente.
Por que então ficarmos presos ao velho, se podemos ousar novos horizontes, mais justos, democráticos e solidários?
2 – O Brasil também não é mais o mesmo
Ainda que os efeitos da crise mundial no Brasil tenham sido leves por conta da poupança acumulada no período anterior, os direitos do povo já estão sendo atacados e a situação pode piorar.
Logo no início do ano Dilma ordenou o corte de R$ 50 bilhões de recursos da União, atingindo principalmente a Educação, a Saúde e a Segurança Pública. Enquanto isso a inflação aumentou o preço da cesta básica, dos aluguéis, das passagens de ônibus, entre outros. A proposta do governo para a alteração do Código Florestal é um desastre ambiental completo, e o que se anuncia para Copa do Mundo e Olimpíadas é o aumento estratosférico da corrupção, das desapropriações violentas de moradores, do desrespeito aos direitos trabalhistas e dos crimes ambientais. Tudo isso patrocinado pelo PCdoB e pelo PT, ao lado da direita…Vexame!
Em meio a tantos conflitos, surgem novos movimentos de juventude pelo país. As mobilizações contra os aumentos de tarifas em todo Brasil são exemplos de ações são possíveis. Podemos lutar juntos.. Por que não?
3 – Juntos, em movimento, podemos mais!
Embora os desejos de justiça movimentem a juventude, infelizmente as organizações e entidades que deveriam ser nossos espaços de ação – como a UNE, a UBES e os conselhos de juventude – estão dominadas por “jovens envelhecidos” do PCdoB e do PT, que vendem seus sonhos por verbas e cargos no governo. Ainda assim, vamos ao CONUNE para dizer às centenas de jovens presentes com vontade de mudança: uma nova política é possível!
A organização do Juntos! representa a necessidade de um movimento de juventude independente, desta nova geração de jovens lutadores. Nele cabem todos os indignados, todos os dispostos para a luta por um mundo radicalmente novo. Juntos! é a juventude em movimento pela educação de qualidade, em defesa do meio ambiente, contra o preconceito e por uma sociedade com igualdade e liberdade para todos. Participe do nosso Encontro, dia 15 de julho durante o CONUNE, em Goiânia. Venha lutar conosco!
O que é CONUNE?
Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade representativa dos universitários brasileiros, que será realizado pela 52ª vez. É o principal espaço de decisões da entidade e onde é eleita sua diretoria, com mandato de dois anos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desde o dia 18/06/2011, os técnicos-administrativos em educação da Universidade Federal do Oeste do Pará encontram-se em greve. A categoria aderiu ao movimento nacional dos servidores públicos federais, que combatem os ataques do Governo Federal sobre o funcionalismo público. Um dos principais ataques é o PL 549/2009, que prevê o congelamento dos salários do servidores federais por 10 anos.
A greve na UFOPA vem se fortalecendo nos últimos dias, ganhando cada vez mais adesões da categoria. O corpo discente da Universidade, por sua vez, publicou uma Moção de apoio à greve dos técnicos e se colocou à disposição para uma luta unificada em defesa da Universidade pública no Brasil.
Confira a seguir o manifesto divulgado pelos técnicos da UFOPA, que expõe os motivos da greve.
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CARTA DE ESCLARECIMENTO À SOCIEDADE
PORQUE NÓS, TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, ESTAMOS EM GREVE
Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Oeste do Pará, reunidos em Assembléia Geral no dia 14 de junho de 2011, decidiram por unanimidade pela adesão ao movimento grevista nacional que abrange todos os servidores públicos federais.
Isto porque a educação de maneira geral e a universidade em particular não têm sido valorizadas. Os trabalhadores da educação têm salários mais baixos que outros servidores públicos. Na universidade, também não é diferente, pois, apesar de desempenhar funções de equivalente complexidade, os técnico-administrativos em educação das universidades federais recebem salários menores que outros servidores da união.
Diante desse contexto de desvalorização da educação, é importante que a sociedade conheça esses problemas e, visando seu apoio, a categoria dos técnico-administrativos vem a público apresentar suas reivindicações:
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