quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Por Felipe Bandeira[i]

Os EUA vangloriam-se por sua democracia consolidada. Só não dizem que as guerras foram seus verdadeiros propulsores econômicos. Ah vá!

Em uma economia capitalista, as decisões da produção baseiam-se, antes de tudo, no princípio dos lucros do que das necessidades humanas. Ou seja, eu desenvolvo uma agricultura cada vez mais eficiente não por que o Brasil tem mais de 10 milhões de famintos, mas sim por que as grandes empresas precisam cada vez mais de lucros crescentes.

A prova dos nove foi o crack na bolsa de Nova York em 1929. Com os títulos da bolsa despencando ladeira abaixo, os empresários decidiram fazer um corte drástico nos investimentos e na produção. Resultado: desemprego, fome, austeridade. Os que mais sentiram os impactos da crise, logicamente não foram os fanfarrões do capital financeiro. Para se ter idéia, entre os desempregados, mais de 60% eram negros.

O sistema capitalista parecia estar a beira de um colapso total. Em compensação a União Soviética passava por um crescente ritmo de crescimento econômico. Para os capitalistas era preciso urgente rever todos os seus conceitos e reavaliar seus erros.

Nesse período surge a teoria do Welfare States, o Estado do Bem estar social. Para que se continuasse acumulando, o Estado necessitava pensar em projetos e políticas para empregar a massa ociosa, diminuir o número de desempregados, aumentando desta forma a renda disponível da população. Mais renda significa mais consumo, que significa mais investimento por parte da produção, que significa mais acumulação. Pronto! Capitalistas do mundo inteiro, seus problemas acabaram!

Para isso, os investimentos do Estado não deveriam implicar num aumento de capital, pois no período da crise, tinha-se um monte de produtos empoeirados nos estoque, pra quê investir em mais capacidade produtiva? A solução, proposta por Keynes foi investir nas construções de escolas, hospitais, estradas, creches, enfim, questões sociais para onerar cada vez menos a renda dos trabalhadores, sobrando desta forma, mais verdinhas pra gastar no Mcdonalds.

No entanto, a massa dos investimentos foi na economia bélica. Com a 2º Guerra mundial estava resolvido o desemprego crescente, na verdade, o problema agora é a falta de mão-de-obra. Em 1940, as despesas de caráter militar totalizavam 3,2 bilhões de dólares, ou, 3,2% do PNB (Produto Nacional Bruto). Em 1943, no auge da segunda guerra, as despesas militares devoraram quase 40% do PNB. Eram 14 milhões de pessoas que precisavam ser armadas, 296.000 aviões, 5.400 navios cargueiros, 64.500 barcaças de desembarque, 86.000 tanques e 2.500.000 caminhões, produzidos somente nos EUA.

A Guerra deixou claro como as despesas governamentais de caráter militar poderiam estancar a hemorragia financeira, utilizando o sangue da humanidade que morreu nas trincheiras, nos porões dos navios, nos campos de concentração, e de quebra, assegurar altos retornos para o capital.

Hoje, os EUA se utilizam do guarda chuva do terrorismo pra justificar inúmeras atrocidades. Invadiram o Iraque, Afeganistão e alegam que os árabes são terroristas radicais. Na Síria, já somam mais de 100 mil mortos nos conflitos para derrubar a ditadura imperialista de Bashar AL Assad. Na Palestina, há um massacre do povo Árabe, que diariamente são humilhados e assassinados pelo Estado repressor de Israel. José Saramago, escreveu certa vez que Israel (e o mundo) ainda tem muito que aprender se não entendem os verdadeiros motivos que levam um homem a se transformar numa bomba.

Os EUA é o país que mantêm o maior número de presos políticos. Em Guantánamo, nem mesmo o direito de defesa os presos possuem. Hoje, existem mais negros na prisão do que escravos em 1850.

EUA é democrático? Façam-me o favor!

[i] Coordenador Geral da UES, estudantes de Ciências Econômicas UFOPA e militante do Juntos! Juventude em Luta.

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