sábado, 12 de outubro de 2013

Por Felipe Bandeira

Dias das crianças a gente fica pensando de quando era criança também. Lembrei de uma história de empapar os olhos d’água. Muitos anos atrás havia um lugar de quintal grande, em ponto remoto, perto do igapó, num covão em trecho de mata densa. Morava lá certo menino, devia ter uns 7 anos. Quando completara seis, já garantia voltar da escola na garupa da bicicleta do pai. Das idas e vindas guardava lembranças aturdidas, mas de uma nunca pôde esquecer: No meio das andanças, seu pai lhe apontou um senhor com uma sacola grande pendurada nas costas: - Lá vem o Faruca!

O menino suspirou fundo, sentia salpicar as mãos e o rosto, morria de medo do velho, do qual, havia de pegar as crianças traquinas para colocava dentro da sacola. Não tardou para soltar os berros, querendo descer a força da bicicleta, queria fugir antes de qualquer impulso do vilão. Seu Faruca aterrorizava a todos da redondeza, até mesmo seu irmão mais velho tremia de medo em sua presença.

Quando voltou para casa, seu maior pensamento era a notícia de que havia escapado das garras do Faruca. O coração parecia solto da caixa do peito, de tanta que era a aflição em contar depressa tudo pra mãe, mal conseguia dizer o que tinha visto, parecia estar febril das pernas.

Seu Faruca devia catar latas, vender alumínio, ou coisa do tipo. Mal consigo lembrar da sua feição. Um dia me disseram que Faruca havia morrido.

Saudade do velho!

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