Lembro da história de um vendedor ambulante nas ruas de Santarém que hora estava com a camisa do Flamengo, ora do Vasco, ora do Corinthians e tantas outras. A estratégia era bastante simples: para não desagradar sua clientela cuidava sempre para manter todos de bom grado, discutindo com profundidade a situação dos seus times na tabela do Brasileirão. Vira casaca! O chamavam nas ruas. Mas o fato é que sua estratégia de agradar gregos e troianos lhe sortia bons lucros.
O mesmo parece estar acontecendo com o Professor Domingos Diniz. Com a proximidade do período de homologação das chapas para reitor na UFOPA, Diniz namora com um time a cada dia.
Em carta destinada a comunidade acadêmica, não economiza no brio das palavras para encher a bola do Seixas Lourenço. A carta se intitula, AGRADECIMENTO AOS PROFESSORES JOSÉ SEIXAS LOURENÇO E MARCOS XIMENES PONTE.
O conteúdo da carta deixa claro o surto de admiração aos figurões da UFOPA. Certo trecho diz o seguinte:
“Aos dois ex-reitores que em seus melhores anos preferiram o doar em prol da construção de um futuro memorável para uma região cujo presente ainda é pretérito. Esquecida por políticos e pela política de partidos que não toleram “inteiros” e, vive há ermos varjões das melhores partilhas de suas próprias messes, mas, que não desistem de tomar por assalto uma academia ainda imberbe.”
As palavras agradáveis, ainda destacam:
A estes que toleraram seus intolerantes doutrem; extraíram néctar do joio de suas próprias fieiras; repararam as incorreções no imprescindível do prescindir, nos despedimos com a certeza de nos vermos em outras veredas mais profícuas e em tempos mais abrandados pelo equilíbrio da equanimidade; a paz da felicidade de ser e estar; e, a melhor erudição de uma academia embalada pelo fato de direito e não do direito ao fato.
Digno de um Nobel de literatura, a carta do professor Domingos contrasta com outra correspondência, desta vez destinada aos professores da UFOPA.
Na correspondência, afirma:
“Essa política que quer dar continuidade na forma egocêntrica e centralizadora, autoritária e tirânica, cega e suicida de gerir a mais nova Universidade da Amazônia. Uma Amazônia cansada de ser subtraída e traída por seus próprios filhos.”
Agora o discurso vira as avessas, mostrando a cólera de indignação à atual gestão de Seixas e Cia.
“A UFOPA é do povo Brasileiro e por termos a missão de ajudar esse povo sofrido a vislumbrar oportunidades de mudar seu referencial de miséria e pobreza é que não podemos sucumbir às pressões psicológicas, às ameaças, ao intervencionismo, ao tráfico de influência, à chantagem emocional, a oferta de favores, à incompetência revestida de oportuno privilégio de informação, lobe político, amizades (conluios) e poderes investidos de onipotência que deseja se perpetuar como únicos capazes "salvar" o povo da ignorância e a Universidade do caos intelectual.”
O conteúdo tão divergente dos dois textos nos faz lembrar o nosso ambulante multipartidário.
Por fim, termina a correspondência fazendo um chamado a toda a comunidade acadêmica, para decolar o movimento que levará a candidatura que todos almejam.
Mas de que lado Domingos samba?
A forma dúbia como vem tentando emplacar e construir sua candidatura revela que Domingos não representa a alternativa que a UFOPA precisa.
Precisamos de uma universidade cada vez mais próxima das bases populares, que o ensino, pesquisa e extensão deixem de habitar somente o discurso vazio dos candidatos para se consolidar como uma prática verdadeiramente efetiva.
Acontece que tem gente que vive com amnésia. Talvez seja isso!
Segue abaixo as correspondências de Domingos
Texto 1
Prezados,
Tomamos a liberdade de lhes enviar esta mensagem, afim de que tomem conhecimento do nosso reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelos Professores José Seixas Lourenço e Marcos Ximenes Ponte, neste momento de encerramento iminente de suas participações na implantação definitiva da UFOPA.
AGRADECIMENTO AOS PROFESSORES JOSÉ SEIXAS LOURENÇO E MARCOS XIMENES PONTE
O tempo acelera as missões e exaure os ideais quando os caminhos são pedregosos; quando os desafios são maiores e quando a escalada é íngreme. Implantar a Universidade em ritmo célere para atender querências da excelência; construir as melhores referências do novo; e ainda, comboiar guias desviantes, é incumbência para poucos.
Nesta caminhada rochosa de curtos caminhos foram vastas as fronteiras vencidas por tão poucos vencedores. Aos pelo cansaço tombados, nossas honrarias, pois vitimados foram por tropeiros desatinados, incautos que ainda se oportunizam dos ventos e do precipício. A estes torcemos para que sua penitência chegue o mais breve.
A que se fazer jus aos condutores dessa jornada insólita. A que se fazer jus a energia do construir, posto que azes “do empreender” provaram ser, do organizar de mentes; do adaptar de lentes para o vislumbre de horizontes paradigmáticos; do amimar de verbos no futuro a corrigir um pretérito mais que perfeito: “melhor o farei naquilo que não havia sido feito”.
Aos dois ex-reitores que em seus melhores anos preferiram o doar em prol da construção de um futuro memorável para uma região cujo presente ainda é pretérito. Esquecida por políticos e pela política de partidos que não toleram “inteiros” e, vive há ermos varjões das melhores partilhas de suas próprias messes, mas, que não desistem de tomar por assalto uma academia ainda imberbe.
A estes que toleraram seus intolerantes doutrem; extraíram néctar do joio de suas próprias fieiras; repararam as incorreções no imprescindível do prescindir, nos despedimos com a certeza de nos vermos em outras veredas mais profícuas e em tempos mais abrandados pelo equilíbrio da equanimidade; a paz da felicidade de ser e estar; e, a melhor erudição de uma academia embalada pelo fato de direito e não do direito ao fato.
Recebais esse agrado como um fado!
De Domingos Diniz e Siany Liberal
Docentes sitiantes de um floral;
De um pendão sofrido pero guardado;
De um Campus outrora Sitiado.
Texto 2
Reunião para Construção do Programa Básico de Gestão
Caros Colegas,
Venho congregar com vocês da minha vontade de ver esta Universidade trilhar caminhos em direção à excelência científica e tecnológica em prol de um desenvolvimento humanístico e social. De um ensino motivador porque é emanado de um professor feliz com o seu ato de partilhar o conhecimento universal e universalizante. De uma extensão comprometida com os anseios da população largada ao léu por uma política populista, mentirosa, desqualificada e desqualificante.
Essa política que quer dar continuidade na forma egocêntrica e centralizadora, autoritária e tirânica, cega e suicida de gerir a mais nova Universidade da Amazônia. Uma Amazônia cansada de ser subtraída e traída por seus próprios filhos. Urge concentrarmos nossos pensamentos no que temos de melhor: princípios, educação, respeito ao próximo, respeito ao contribuinte a quem servimos, e, respeito à Instituição a quem temos o dever moral de zelar.
A UFOPA é do povo Brasileiro e por termos a missão de ajudar esse povo sofrido a vislumbrar oportunidades de mudar seu referencial de miséria e pobreza é que não podemos sucumbir às pressões psicológicas, às ameaças, ao intervencionismo, ao tráfico de influência, à chantagem emocional, a oferta de favores, à incompetência revestida de oportuno privilégio de informação, lobe político, amizades (conluios) e poderes investidos de onipotência que deseja se perpetuar como únicos capazes "salvar" o povo da ignorância e a Universidade do caos intelectual.
Rogo para que todos compareçam às 14:00 h na chamada de reunião de trabalho feita pelo Waldiney.
Creio ser esta a última chance que temos de decolar nosso movimento em direção à candidatura que todos almejamos.
Muita energia positiva e construtiva para todos nós.
Domingos Diniz
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